segunda-feira, janeiro 27, 2020

POR QUE FOI MORTO SÓCRATES, O FILÓSOFO?...

«Três anos depois de Platão se tornar discípulo de Sócrates, este foi condenado à morte pelo Areópago e morreu, rodeado de seus discípulos, bebendo cicuta.
«Poucos eventos históricos são tão repisados como esse. Há também poucos de que se tenham tão mal compreendido as causas e o alcance. Hoje em dia se diz que o Areópago tinha razão, sob seu ponto de vista, em condenar Sócrates como inimigo da religião do Estado, porque negando os deuses ele arruinava as bases da república ateniense. Mostraremos logo que essa asserção encerra dois erros profundos. Lembremos primeiro o que Victor Cousin ousou escrever no alto da “Apologia de Sócrates”, em sua bela tradução das obras de Platão: «Anitus, é preciso dizer, era um cidadão recomendável; o Areópago, um tribunal justo e moderado; e se fosse preciso se espantar com alguma coisa, ter sido o facto de Sócrates ter sido acusado tão tarde e que não tenha sido condenado por uma maioria mais expressiva.» O filósofo, ministro da Instrução pública, não viu que, se tivesse razão, seria necessário condenar ao mesmo tempo a filosofia e a religião, para glorificar unicamente a política da mentira, da violência e do arbitrário. Pois, se a filosofia arruína forçosamente as bases do estado social, não passa de uma loucura pomposa; e se a religião só pode subsistir suprimindo-se a busca pela verdade, ela não passa de tirania funesta. Tentemos ser mais justos tanto com a religião quanto com a filosofia gregas.
«Há um facto capital e notável que escapou à maior parte dos historiadores e dos filósofos modernos. Na Grécia, as perseguições, muito raras contra os filósofos, não partiram jamais dos templos, mas sempre dos políticos. A civilização helénica não conheceu a guerra entre os sacerdotes e os filósofos, que tem um importante papel na nossa, desde a destruição do esoterismo cristão, no segundo século da nossa era. Tales pôde ensinar tranquilamente que o mundo veio da água; Heraclito, que saiu do fogo; Anaxágoras dizer que o Sol é uma massa de fogo incandescente; Demócrito, pretender que tudo vem dos átomos. Nenhum templo se inquietou por isso. Nos templos, sabia-se de tudo isso e bem mais. Sabia-se também que os pretensos filósofos que negavam os deuses não podiam destruí-los na consciência nacional e que os filósofos verdadeiros acreditavam nos deuses à maneira dos iniciados, vendo neles os símbolos das grandes categorias da hierarquia espiritual, do Divino que penetra a Natureza, do Invisível que governa o Visível. A doutrina esotérica servia então de elo entre a verdadeira filosofia e a verdadeira religião. Eis o facto profundo, primordial e final, que explica sua cumplicidade secreta na civilização helénica.
«Quem acusou Sócrates então? Os sacerdotes de Elêusis, tendo maldito os autores da guerra do Peloponeso, não pronunciaram uma palavra contra ele. Quanto ao templo de Delfos, deu-lhe o mais belo testemunho que se pode prestar a um homem. A Pítia, consultada sobre o que Apolo pensava de Sócrates, respondeu: «Não há homem mais livre, mais justo, mais sensato». As duas principais acusações levantadas contra Sócrates, corromper a juventude e não crer nos deuses, foram apenas um pretexto. Sobre a segunda, o acusado respondeu vitoriosamente a seus juízes: «Creio em meu espírito familiar, por razão mais forte devo crer nos deuses que são os grandes espíritos do Universo.» Então por que esse ódio implacável contra o sábio? Ele havia combatido a injustiça, desmascarado a hipocrisia, mostrado o falso de tantas vãs pretensões. Os homens perdoam todos os vícios e todos os ateísmos, mas não perdoam aqueles que os desmascaram. É por isso que os ateus verdadeiros que presidiam o Areópago fizeram morrer o justo e o inocente, acusando-o do crime que eles cometiam. Em sua defesa admirável reproduzida por Platão, Sócrates explica isso com perfeita simplicidade: «São minhas pesquisas infrutíferas para encontrar homens sábios entre os atenienses que excitaram contra mim tantas inimizades perigosas; daí todas as calúnias erguidas contra mim; pois todos aqueles que me ouvem acreditam que eu sei todas as coisas sobre as quais eu desmascaro a ignorância dos outros… intrigantes, ativos e numerosos, falando de mim com um plano traçado e com uma eloquência capaz de seduzir, eles há muito lhes encheram os ouvidos com as coisas mais pérfidas e prosseguem sem descanso seu sistema de calúnia. Hoje meus desafetos são Melitus, Anitus e Licon. Melitus representa os poetas; Anitus os políticos e os artistas; Licon os oradores.» Um poeta trágico e sem talento, um ricaço mau e fanático, um demagogo cínico conseguiram fazer condenar à morte o melhor dos homens; e essa morte o tornou imortal. Ele pode dizer orgulhosamente a seus juízes: «Acredito mais nos deuses que qualquer dos meus acusadores. É hora de nos deixarmos, eu para morrer e vocês para viver. Qual de nós ficou com a melhor parte? Ninguém o sabe, exceto Deus.»
«Longe de abalar a verdadeira religião e os símbolos nacionais, Sócrates tudo fizera para reafirmá-los. Ele teria sido o maior esteio de sua pátria, se a pátria tivesse sabido compreendê-lo. Como Jesus, ele morreu perdoando seus carrascos e tornou-se para toda a humanidade o modelo dos sábios mártires. Pois ele representa a ascensão definitiva da iniciação individual e da ciência aberta.»
(In “Os Grandes INICIADOS”, de Édouard Schuré, MADRAS, págs. 268 a 270)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 27.01.2020

sexta-feira, janeiro 24, 2020

HOMENS E DEUSES…

«Os homens são deuses mortais.
Os deuses são homens imortais».
(Verdade Oculta)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 24.01.2020

quinta-feira, janeiro 23, 2020

A ALMA QUE ENCONTROU DEUS…

«Tu trazes em ti mesmo um amigo sublime
que não conheces. Pois Deus reside no interior
de todo homem, mas poucos sabem encontrá-lo.
O homem que faz o sacrifício de seus desejos e de 
suas obras, ao ser de onde procedem os princípios
de todas as coisas e por quem o Universo foi formado,
obtém a perfeição. Pois aquele que
encontra em si mesmo sua felicidade, sua alegria e,
em si mesmo também, sua luz, é alguém com Deus.
Ora, saiba, a alma que encontrou Deus está liberta do
renascimento e da morte, da velhice e da dor e bebe
a água da imortalidade.»
- BHAGAVAD GITA –
(In “Os Grandes INICIADOS”, de Édouard Schuré, MADRAS, pág. 54)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 22.01.2020

quarta-feira, janeiro 22, 2020

ISABEL DOS SANTOS E A REALEZA…

Pergunta:
- Qual é a diferença entre a Isabel dos Santos e uma qualquer Realeza?
Resposta:
- É que a Isabel dos Santos desvia dinheiro do Estado ILEGALMENTE, e a REALEZA desvia dinheiro do Estado LEGALMENTE…
MAS…
A LEGALIDADE não é nenhum critério MORAL…
Disse!
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 22,01,2020

A REPRESSÃO CRIMINAL…

A REPRESSÃO criminal poderá EVITAR que o mundo ACABE, mas NÃO CONSEGUIRÁ levar a que o mundo MUDE, a NÃO SER para PIOR...
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 22.01.2020

sexta-feira, janeiro 17, 2020

O ECUMENISMO DO TEÓSOFO…

«Começo por citar algumas expressões de Humberto Álvares da Costa, ex-presidente da Sociedade Teosófica de Portugal: “Porque o teósofo vê no Homem um ser maravilhoso com capacidades divinas infinitas, da mais terna e pura compaixão, até aos mais grandiosos feitos, com uma necessidade incontida de ir mais além, de realizar o seu máximo, de atingir o sem limites.
«”Porém, deixou-se aprisionar num grande sofrimento e limitação do Ser. Que pobreza!
«”A liberdade absoluta do Homem está prisioneira dos desejos, das emoções, da cobiça, do egoísmo, dos prazeres, do amor e ódio, do sexo, do dualismo de se pôr a servir a Matéria em vez de servir o Espírito, de se separar da Vida e do Divino que em si habita. O ser que tem acesso à Verdade Absoluta, ao Bem e à Lei Divina em si mesmo, porque ele é isso, vê-se gorado de tudo, ao pôr na Matéria e na separação os seus objectivos. O materialista prefere dominar o mundo, impor a sua vontade e morrer, a viver a Vontade Eterna.
«”O Homem é tudo isso, mas tem livre-arbítrio, a capacidade de escolher destinos, de fazer aquilo que o ajuda ou que o prejudica, de optar pelo caminho contrário ao Ser, o caminho do eu separado (eu pessoal), ou pelo caminho da identificação com o Ser, o do Eu Espiritual ou Divino.”
«O teósofo não se proclamará muçulmano, cristão, budista ou hindu, porque de certa forma ele é tudo isso, pois ele valoriza as doutrinas centrais de todas as grandes tradições espirituais. Dirá que a sua Religião, o seu elo de ligação ao Divino é a Teosofia, a Religião Sabedoria, a Ciência Espiritual, também conhecida como a Filosofia Arcana.
«Segundo os Instrutores que fundaram a teosofia moderna, a Filosofia Arcana é tão velha como a humanidade. Em rigor, mais velha ainda, pois ela é a Sabedoria dos deuses e dos anjos. A Religião Sabedoria é o caudal donde fluíram as grandes tradições espirituais e as religiões de todos os tempos e geografias.
«O teósofo, ao estudar e comparar as religiões, não duvida que há um corpo de ensinamentos que é comum a todas elas, e que se encontra amplamente disseminado nas suas doutrinas. Numas de forma mais evidente, noutras, de uma forma mais velada. Nenhuma delas é mais verdadeira que a outra; apenas diferentes maneiras de apresentar a mesma Verdade, consoante os tempos e os povos que tinham como alvo impulsionar no progresso espiritual.
«É natural que o leitor se questione acerca da Teosofia, perguntando qual o carácter da Ciência Espiritual, e quais os seus ensinamentos centrais? Segundo uma grande instrutora e teósofa, Annie Besant: “A Teosofia é a Sabedoria Divina, e a Sabedoria é a luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo.” Ou seja, a Teosofia é a Sabedoria que nos permite caminhar de uma forma segura enquanto estamos encarnados neste mundo. Ela apresenta-nos uma doutrina que revela de um modo profundo e racional, o conceito de Deus e qual a verdadeira natureza de toda a Criação – o nosso Universo objectivo – incluindo o Reino Humano. Ensina-nos a constituição integral do Homem, o propósito da sua vida terrena e nos mundos superiores; e explica-nos as dinâmicas da consciência que regem a sua evolução espiritual, subordinadas às duas grandes leis do carma e da reencarnação (…).
«A Teosofia não pertence a nenhuma religião em especial, ela é a riqueza comum que todas partilham.
«”Os deuses que nos criaram estão mais próximos da Divindade,
Mas não são o Deus Supremo;
olhemos para nós… mas que pobreza!”»
(In “O HOMEM NO GLOBO TERRESTRE, de António Almeida, Publicações, Maitreya, págs. 230 a 233)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 17.01.2020

terça-feira, janeiro 14, 2020

O CORPO ENERGÉTICO E OS PENSAMENTOS…

«O que mais afeta o corpo energético são os pensamentos que se tem. Portanto, se alguém está a melhorar a dieta e está feliz com isso, as informações sobre essa dieta melhorada são transmitidas ao corpo de chacras como uma boa notícia. Se, pelo contrário, uma entidade é obrigada a fazer um determinado regime alimentar por causa de uma doença e se sente infeliz e pressionada, por causa dessa dieta, então, a informação transmitida ao corpo de chacras é muito diferente. É sentida como uma coisa negativa para o corpo de chacras e não como uma coisa positiva.
«Porque o corpo de chacras não ouve o médico; nem ouve ideias que contêm o verbo «dever». Só ouve os sentimentos e as formas de pensamento envolvidas na tradução dos efeitos físicos em sentimentos e sensações corporais. Um coração feliz é mais útil ao sistema de chacras do que um bom regime alimentar. Uma mente em paz é mais útil ao sistema de chacras do que o exercício físico.»
(In “VIVER A LEI DO UNO: A ESCOLHA”, de Carla L. Rueckert, MARCADOR, pág. 96)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 14.01.2020

domingo, janeiro 12, 2020

ANÁLISE DE POEMAS DO IMPERADOR MEIJI DO JAPÃO…

- «Análise do poema 61 – Relva de verão
«Aqui, o Imperador Meiji compara metaforicamente o comportamento da «relva de verão», título poema, à agitação da humanidade no planeta. O Imperador associa os conflitos do quotidiano ao comportamento da relva ou das ervas daninhas durante o calor do verão japonês. As ervas daninhas aparecem espontaneamente, muitas vezes nos lugares que menos desejamos, causam prejuízos e danos, interferem negativamente na agricultura e, por mais que as retiremos, voltam sempre, mais cedo ou mais tarde. São cíclicas e crescem com mais vigor no calor e na humidade do verão.
«A expressão «mundo agitado» apresenta-se com o significado de «perturbações do quotidiano».
«A mensagem implícita no poema diz-nos que vivemos num mundo inquieto, movimentado, cíclico, de “karma” coletivo. Portanto, teremos sempre problemas que, mesmo quando são solucionados ou minimizados, regressam ciclicamente enquanto outros hão de surgir.
«Mikao Usui
«O Mestre Mikao Usui percebeu que vivemos num mundo alvoroçado, desordenado e tumultuoso, com grandes agitações políticas, económicas, sociais, culturais, ambientais, dificuldades e problemas permanentes. Por isso, estamos constantemente sujeitos a diferentes disfunções e problemas de saúde. O Reiki pode muito contribuir para reduzir o stresse, melhorando e ajudando a manter a nossa saúde física e emocional.
«A entrevista contida no manual com o título de “Reiki Ryoho Hikkei», entregue aos alunos do Mestre Usui quando lecionava, contém a seguinte pergunta:
«”Entrevistador: Por que razão ensina o método Reiki ao público?
«Mikao Usui: A nossa técnica terapêutica Reiki é original, baseia-se na capacidade do Espírito (Rei) do Universo, que fortalece as pessoas e promove a moderação de ideias e o prazer de viver…”»
«Segue-se uma citação que nos remete para o poema:
«O Mestre Jesus disse:
«”Basta a cada dia o seu mal.
«Mateus, 6, 34)”»
(In “REIKI COMO FILOSOFIA DE VIDA”, de Johnny De’ Carli, Dinalivro, págs. 272 e 273)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 12.01.2020

sexta-feira, janeiro 10, 2020

O QUE EU QUERO E NO QUE CREIO…

Eu QUERO JUSTIÇA!
Eu ACREDITO na JUSTIÇA!
Assim é!
Disse!
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 10.01.2020

A MINHA HONRA…

«Eu não desejo trazer os homens para mim, mas para eles mesmos… a minha honra é que não tenho seguidores.»
- RALPH WALDO EMERSON - Ralph Waldo Emerson (Boston, 25 de maio de 1803 - Concord, Massachusetts, 27 de abril de 1882) foi um famoso escritor, filósofo e poeta estadunidense. (Wikipédia) –
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 10.01.2020

quinta-feira, janeiro 09, 2020

HUMOR COM O MONGE MEIO LOUCO…

«Um monge meio maluco sentou no balcão do restaurante e solicitou sua refeição.
« - Você me viu entrar? – perguntou à garçonete.
« - Sim, eu vi - ela respondeu.
« - Você já me tinha visto antes? – perguntou o monge.
« - Não, eu não o tinha visto antes - respondeu a garçonete.
« - Então como você sabe que era eu?»
(In “CHEGANDO AONDE VOCÊ ESTÁ – A VIDA DE MEDITAÇÃO”, de Steven Harrison, Editora Teosófica, pág. 41)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 09.01.2020

A GENERALIZADA FALTA DE INTEGRIDADE E CORRUPÇÃO EM PORTUGAL…

Há cerca de 25 anos, no Algarve, em férias, o apartamento em que me encontrava hospedado foi assaltado – foi partido o vidro da porta da varanda (era num rés do chão) por onde o criminoso entrou…
Foram furtados uma pulseira de ouro, dois relógios e anéis – os cartões de crédito e débito foram espalhados pelo chão…
Apresentei queixa na GNR, indicando, de boa-fé, os valores que me pareciam os corretos, do furto…
O soldado da GNR que recebeu a queixa perguntou-me, em tom de espanto e meio trocista, por que é que eu não indicava o triplo ou o quádruplo daqueles valores…
Respondi-lhe que só indicava os valores que me pareciam os corretos…
Foi quando PERCEBI que a generalidade dos portugueses – independentemente das suas funções -, não tem INTEGRIDADE, são CORRUPTOS…
MAIS TARDE…
Num tribunal do interior, intervim, como magistrado do Ministério Público, num julgamento em que dois jovens – de 17 ou 18 anos – eram acusados de, A PÉ, terem assaltado um mercado municipal – composto de diversas lojas independentes umas das outras…
Neste julgamento, segundo os “ofendidos” – donos das lojas -, tinham sido retirados cerca de 20 pernas de presunto, cerca de 30 frangos, dezenas e dezenas de chouriços, tabaco, etc…
Tais objetos de “furto” eram, pela sua quantidade, impossíveis de transportar por dois jovens, A PÉ…
Estes jovens larápios apenas foram encontrados com tabaco…
Foi quando CONCLUI que a generalidade dos portugueses não tem INTEGRIDADE, são CORRUPTOS…
E “quem de direito” ainda questiona a admissão da figura do “delator premiado”, para combater a “corrupção”…
Mas que “corrupção”?...
E com que “testemunhas”?...
Como se vê, a generalidade do povo português não tem INTEGRIDADE, é CORRUPTA…
Claro que há EXCEÇÕES…
Mas a falta de INTEGRIDADE e a CORRUPÇÃO estão na própria “cultura”, na própria “maneira de ser”, na “massa do sangue” dos TUGAS, em geral…
Não há “como” BRANQUEAR esta realidade…
Disse!
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 09.01.2020

quarta-feira, janeiro 08, 2020

ANÁLISE DE POEMAS DO IMPERADOR MEIJI DO JAPÃO…

- «Análise do poema 59 – Medicamento
«”O conselho do honesto é como um bom medicamento,
até para as pessoas saudáveis.”
«Aqui, o Imperador Meiji utiliza o termo «medicamento», título do poema, como metáfora para um bom conselho. Um conselho não é mais do que um parecer sobre o que convém fazer ou não. Um bom conselho ajuda sempre porque vem pautado na dignidade, na decência, na verdade e na sinceridade, é um «remédio» edificante, que, a seu tempo e em certas situações, traz preciosos benefícios. O Imperador utiliza a expressão «conselho do honesto» como sendo a opinião proveniente de uma pessoa honrada e virtuosa nos seus atos e declarações, perfil do sábio e do verdadeiro Mestre. Um bom conselheiro geralmente é uma «farmácia viva» onde se encontram «remédios» para muitos males, principalmente os males morais.
«A passagem «até para as pessoas saudáveis» surge com o significado de «contribui até para as pessoas de decoro».
«A mensagem implícita no poema diz-nos que um bom conselho motivador pode possuir propriedades terapêuticas para distúrbios éticos e mesmo doenças, trazendo benefícios inclusivamente para pessoas íntegras e sãs.
«Mikao Usui
«O Mestre Mikao Usui seguramente selecionou este poema a fim de incentivar os reikianos a aconselharem-se sempre. É conveniente pedirmos conselho, nem sempre para o seguirmos, mas para que nos ilumine.
«Os sábios Mestres de Reiki japoneses não costumam dar conselhos a quem não os pede. Sabem que é impossível aconselhar quem não admite conselhos.
«O Mestre Usui certamente também selecionou este poema em consideração para com o princípio do Reiki «Seja aplicado e honesto no seu trabalho». Também no trabalho nenhum inimigo é pior do que um mau conselho proveniente de uma pessoa propensa a enganar, mentir ou defraudar.
«Segue-se um texto bíblico que nos remete para o poema:
«”Procura o conselho de qualquer pessoa sensata
e não desprezes nenhum conselho salutar.”
(Tobias, 4, 18)»
(In “REIKI COMO FILOSOFIA DE VIDA”, de Johnny De’ Carli, Dinalivro, págs. 264 e 265)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 08.01.2020

segunda-feira, janeiro 06, 2020

ANÁLISE DE POEMAS DO IMPERADOR MEIJI DO JAPÃO…

- «Análise do poema 40 – Cume
«”Tão alta parece a montanha que arranha o grande Céu.
Se não te deres por vencido e começares a subir,
por certo encontrarás um caminho.”
«Este é mais um poema repleto de simbolismo.
«Aqui, o Imperador Meiji utiliza o ponto mais alto da montanha, o «cume», título do poema, como metáfora para representar espiritualmente o Estado Absoluto de Consciência ou “Satori”. “Satori” é o termo japonês budista para «iluminação», equivalente ao termo sânscrito «Nirvana».
«Podemos dividir o poema em quatro passagens: a primeira, «Tão alta parece a montanha» surge com o significado de «tão grande e difícil aprece o desafio», porque afinal subir uma montanha não é algo que se faça com pouco esforço; a segunda, «que arranha o grande Céu», apresenta-se metaforicamente com o significado de «proximidade da Natureza Divina»; a terceira, «Se não te deres por vencido e começares a subir», tem o significado de «se não desistires de te elevar espiritualmente»; e a última, «por certo encontrarás um caminho», aparece com o significado de «certamente encontrarás um meio de ascensão espiritual rumo à Iluminação».
«A montanha tem um simbolismo muito grande: é feita de terra, assim como o ser humano. A montanha é aquilo que na terra mais se aproxima do Céu e representa, pois, algo de humano que se acerca do Divino, é um símbolo universal de proximidade em relação a Deus. Costuma ser um local de iniciação, de elevação espiritual e de meditação. Por esse motivo, é onde se processam as grandes «revelações». Quase todas as grandes tradições religiosas têm a sua montanha sagrada ou até várias.
«A mensagem implícita no poema diz-nos que não devemos desistir de procurar um «caminho» (meio, filosofia, método ou mesmo uma religião) que nos faça melhorar a cada dia e evoluir rumo à Perfeição.
«Mikao Usui
«A montanha tem uma importância muito grande na história do Reiki, uma vez que o Mestre Mikao Usui descobriu o Reiki no cume de uma montanha sagrada em Quioto, o Monte Kurama.
«O Mestre Usui selecionou seguramente este poema para deixar claro que o Método Reiki é um caminho seguro de expansão de consciência ou de evolução espiritual. O Reiki é um «farol» que nos leva de volta à Grande Luz.
«Um manual com o título “Reiki Ryoho Hikkei” era entregue aos alunos do Mestre Usui quando lecionava. O manual contém uma entrevista com o próprio Usui. Segue-se uma pergunta que explica bem a razão de ser da escolha deste poema:
«”Entrevistador: A “Usui Reiki Ryoho” (técnica terapêutica Reiki Usui) trata apenas de problemas de saúde?
«Mikao Usui: Não só problemas de saúde. Pode também corrigir maus hábitos, tais como angústias, debilidades, timidez, indecisões e nervosismo. Com a energia Reki, O CORAÇÃO TORNA-SE SEMELHANTE A DEUS OU A BUDA (o destaque é nosso), trazendo felicidade para si mesmo e para terceiros.”
«Segue-se parte da música “A Montanha”, da autoria de Roberto Carlos. Reikiano do Nível 3-A, que nos remete para o poema.
«”Eu vou seguir,
Uma luz lá no alto eu vou ouvir,
Uma voz que me chama eu vou subir,
A montanha e ficar bem mais perto de Deus e rezar,
Eu vou gritar,
Para o mundo me ouvir e acompanhar,
Toda minha escalada e ajudar…”»
(In “REIKI COMO FILOSOFIA DE VIDA”, de Johnny De’ Carli, Dinalivro, págs. 188 e 189)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 06.01.2020

sábado, janeiro 04, 2020

PINTURAS DE DEUS NO FIRMAMENTO…

«(…). Absortos, passámos muitos momentos arrebatadores, admirando a tela divina estendida sobre o firmamento, sempre diferente. Só a pincelada de Deus é capaz de produzir cores que vibram com a frescura da vida, e que perdem o viço quando o homem tenta imitá-las com simples pigmentos. O Senhor usa meios mais simples e eficazes: nada de tintas nem corantes, apenas raios de luz. Ele lança um feixe de luz, e o vermelho reflecte-se; move de novo o pincel e, subtilmente, o mesmo vermelho tinge-se de matizes laranja e douradas. Com um impulso penetrante, Ele trespassa as nuvens, ferindo-as com um raio púrpura a gotejar um rasto em forma de mecha ou de franja avermelhada. Assim, continuamente, Ele brinca tanto de manhã como de noite, sempre em mutação, sempre novo, sempre vicejante, sem padrões, sem duplicidade, sem cores repetidas. Na Índia, a passagem do dia para a noite é de uma beleza incomparável. Por vezes, parece que Deus agarrou na sua paleta e lançou todas as cores no firmamento, transformando-o num imenso caleidoscópio. (…).»
(In “Autobiografia de um IOGUE”, de Paramahansa Yogananda, Dinalivro, pág. 411)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 04.01.2020



sexta-feira, janeiro 03, 2020

A DUALIDADE QUE IMPEDE O HOMEM DE RECONHECER O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO…

«O GRANDE ROMANCISTA Leon Tolstoi escreveu um conto adorável, «Os Três Eremitas», que o seu amigo Nicholas Roerich resumiu da seguinte maneira: «Três velhos eremitões viviam numa ilha. Eram tão simples que a única prece que conheciam era: «Nós somos três; vós sois Três. Tende piedade de nós.» E grandes milagres aconteciam graças a essa singela oração.
«Ao ficar a saber da existência dos três eremitas e da sua prece inadmissível, o bispo da diocese decidiu visitá-los e ensinar-lhes as orações canónicas. Quando chegou à ilha, disse aos eremitas que a maneira de eles rogarem aos céus era indigna e ensinou-lhes várias orações de uso comum. Depois partiu no seu barco e, num dado momento, apercebeu-se de que uma luz fulgurante o seguia. Assim que a luz se aproximou, o bispo viu os três eremitas que, de mãos dadas, corriam sobre as ondas, tentando alcançar o barco. «Esquecemos as preces que o senhor nos ensinou», gritaram eles para o bispo «e apressámo-nos a vir pedir-lhe que as repita.» O bispo, atónito, respondeu, humildemente: «Meus caros, continuem a fazer a vossa antiga oração!»
«Como é que os três santos caminharam sobre as águas? Como é que Cristo ressuscitou depois de ter sido crucificado? Como é que Lahiri Mahasaya e Sri Yukteswar realizaram os seus milagres? A ciência moderna até agora não encontrou resposta para estas perguntas, embora o advento da bomba atómica e as maravilhas do radar tenham expandido abruptamente o alcance da mente humana. A palavra «impossível» está a perder importância no vocabulário científico.
«As antigas escrituras védicas declaram que o mundo físico opera sob uma lei fundamental: maia, ou o princípio da relatividade e da dualidade. Deus é a Única Vida, a Unidade Absoluta. Ele não pode aparecer como as diversas e isoladas manifestações da criação, a não ser sob um véu ilusório e irreal. Essa ilusão cósmica é maia. Todas as grandes descobertas científicas modernas têm servido como uma confirmação dessa simples afirmação dos “rishis”.
«A Lei do Movimento de Newton é uma lei de maia: «Para toda a acção há sempre uma reacção igual e contrária; as acções mútuas de dois corpos são sempre iguais e directamente opostas.» Acção e reacção são, assim, exactamente iguais. «A existência de uma única força é impossível. Deve haver, e sempre haverá, duas forças iguais e opostas.»
«As actividades fundamentais da natureza tornam evidentes a sua origem em maia. A electricidade, por exemplo, é um fenómeno de repulsão e atracção: os seus electrões e protões são opostos eléctricos. Outro exemplo: o átomo, ou partícula final da matéria é, como a própria terra, um íman com pólo positivo e negativo. O mundo fenomenológico como um todo está sob a influência inexorável da polaridade. Não se descobriu qualquer lei da física, da química, ou de qualquer outra ciência que esteja livre dos princípios da oposição ou do contraste.
«Por essa razão, a ciência física não pode formular leis que não estejam sujeitas a maia, a própria tessitura e estrutura da criação. A natureza é maia e a ciência natural tem de lidar com essa realidade incontestável. No seu próprio âmbito, ela é eterna e inesgotável, e aos cientistas do futuro cabe a tarefa de investigar os inúmeros aspectos da sua infinita diversidade. A ciência desenvolve-se, pois, num fluxo perpétuo, incapaz de atingir a sua finalidade. Poderá formular as leis de um cosmos previamente existente e em pleno funcionamento, mas é impotente para detectar o Criador da Lei e o seu Único Operador. As manifestações extraordinárias da gravidade e da electricidade foram descobertas, mas, na realidade, nenhum mortal sabe o que são a gravidade e a electricidade.
«Derrotar maia foi a missão destinada à raça humana pelos antigos profetas. Elevar-se acima da dualidade da criação e perceber a unidade do Criador é o mais elevado objectivo do homem. Aqueles que se aferram ao universo ilusório devem aceitar a sua inerente lei da polaridade: fluxo e refluxo, ascensão e queda, dia e noite, prazer e dor, bem e mal, nascimento e morte. Depois de passar por alguns milhares de nascimentos humanos, esse padrão cíclico reveste-se de uma monotonia angustiante para o homem, que começa, então, a voltar a olhar esperançoso para além dos limites das compulsões de maia.
«Só o iogue que rasga o véu de maia e penetra no segredo da criação, desvendando o universo, é verdadeiramente monoteísta. Todos os outros não fazem mais do que adorar imagens de barro. Enquanto o homem continuar sujeito à dualidade ilusória da natureza, maia, com o rosto de Jano, será a sua divindade eleita e ele continuará incapaz de reconhecer o Deus único e verdadeiro.»
(In “Autobiografia de um IOGUE”, de Paramahansa Yogananda, Dinalivro, págs. 296 a 298)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 03.01.2020

quinta-feira, janeiro 02, 2020

O “KRIYA” IOGA…

«A CIÊNCIA DO “Kriya” ioga, tantas vezes mencionada nas páginas deste livro, tornou-se bem conhecida na Índia moderna através de Lahiri Mahasaya, o guru do meu mestre. A raiz sânscrita da palavra “Kriya” é “kri”, que significa fazer, agir e reagir; encontramos a mesma raiz na palavra carma, o princípio da causa e efeito. “Kriya” ioga, portanto, é «a união (ioga) com o Infinito por intermédio de uma determinada acção ou ritual. Um iogue que pratica a sua técnica com fidelidade liberta-se gradualmente do carma, ou princípio universal da causalidade.
«Em razão de antigas restrições próprias do ioga, não posso dar uma explicação completa do “Kriya” ioga nas páginas de um livro destinado ao grande público. A verdadeira técnica deve ser aprendida com um “kriyaban” ou “kriya” iogue. Limitar-me-ei a dar uma descrição em termos gerais.
«”Kriya” ioga é um método simples, psicofísico, pelo qual o dióxido de carbono é retirado do sangue humano e substituído por oxigénio. Os átomos desse oxigénio adicional são transformados em energia vital para rejuvenescer o cérebro e os centros da coluna vertebral. Ao interromper a acumulação de sangue venoso, o iogue é capaz de diminuir ou evitar a deterioração dos tecidos; o iogue avançado transforma as suas células em energia pura. No passado, Elias, Jesus, Kabir e outros profetas foram mestres no uso do “kriya” ioga, ou de alguma técnica similar, pela qual desmaterializavam os seus corpos livremente. O “kriya” é uma ciência antiga. Lahiri Mahasaya aprendeu com o seu guru, Babaji, que redescobriu e elucidou a técnica, perdida durante a Idade das Trevas.
«O “kriya” ioga, que por seu intermédio estou a transmitir ao mundo neste saéculo XIX», disse Babaji a Lahiri Mahasaya, «é um novo despertar da ciência que, há milénios, Krishna ofereceu a Arjuna e que mais tarde chegou ao conhecimento de Patanjali, São João, São Paulo e outros discípulos.
«(…)
««O “kriya” ioga é um instrumento pelo qual a evolução humana pode ser acelerada», explicou Sri Yukteswar aos alunos. «Os antigos iogues descobriram que o segredo da consciência cósmica está intimamente ligado ao controlo da respiração. Essa é contribuição incomparável e perene da Índia para o tesouro do conhecimento mundial. A energia vital, que é geralmente consumida para fazer o coração pulsar, deve ficar livre para actividades mais elevadas, com a ajuda de um método para aquietar e fazer cessar as exigências incessantes da respiração.»
«O “kriya” iogue faz circular mentalmente a sua energia vital, em direcção ascendente e descendente, ao redor dos seis centros da coluna vertebral (plexus medular, cervical, dorsal, lombar, sacral e coccígeo), que correspondem aos doze signos astrais do zodíaco e simbolizam o Homem Cósmico. Trinta segundos de circulação dessa energia em redor da sensitiva coluna vertebral humana produz um progresso subtil na sua evolução. Esse meio minuto de “Kriya” corresponde a um ano de desenvolvimento espiritual natural.
(…)
«O “Kriya” ioga não tem nada em comum com os exercícios respiratórios, de carácter pouco científico, ensinados por algumas pessoas fanáticas e equivocadas. As suas tentativas de forçar a retenção de ar nos pulmões são impróprias e muito desagradáveis. O “Kriya”, pelo contrário, é acompanhado, desde o princípio, por uma sensação de paz e relaxamento, com efeitos regenerativos na coluna vertebral.
«(…)
«Os efeitos rejuvenescedores do sono devem-se ao facto de que, enquanto dorme, o homem perder temporariamente a consciência do corpo e da respiração. O homem adormecido transforma-se, inconscientemente, num iogue. Todas as noites celebra o ritual iogue de se libertar da identificação com o corpo e funde a energia vital com as correntes curativas produzidas na região central do cérebro e nos seis subdínamos dos centros medulares. Sem se aperceber, o homem adormecido mergulha no reservatório de energia cósmica que sustenta a vida.
«(…)
«No “Kriya”, a energia vital não se perde, nem é desperdiçada pelos sentidos, sendo compelida a fundir-se com as energias mais subtis da coluna vertebral. Através dessa revitalização, o corpo do iogue e as células cerebrais são electrificadas pelo elixir espiritual. Com isso, deixa de estar sujeito a uma observância obrigatória das leis naturais, que só podem conduzi-lo por meios indirectos, propiciados por uma alimentação adequada, luz solar e pensamentos harmoniosos, a um Objectivo que ele levaria um milhão de anos a alcançar. São necessários doze anos de vida normal e sadia para que ocorra a mais insignificante alteração na estrutura cerebral, e um milhão de revoluções solares para que o tecido cerebral se refine ao ponto de conseguir manifestar a consciência cósmica.
«(…)»
(In “Autobiografia de um IOGUE”, de Paramahansa Yogananda, Dinalivro, págs. 165, 166, 168, 169 e 170)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 02.01.2020

quarta-feira, janeiro 01, 2020

ANÁLISE DE POEMAS DO IMPERADOR MEIJI DO JAPÃO…

- «Análise do poema 26 – A água
«”A água é tão flexível que cabe em qualquer recipiente,
mas tem força para perfurar a pedra.”
«Aqui, o Imperador Meiji mostra-nos mais uma vez que podemos aprender com a natureza, observando as particularidades da «água», título do poema.
«Na passagem «A água é tão flexível que cabe em qualquer recipiente» o Imperador exalta a virtude da flexibilidade e na passagem «mas tem força para perfurar a pedra» aclama o poder da perseverança.
«Dizem as tradições orientais que a água é o mais poderoso dos elementos, porque é o exemplo do mais alto grau de não resistência e da persistência. As águas de um rio vão sempre para o oceano, para o que é grandioso, e isso é o que importa. Quando encontram uma pedra pelo caminho, não ficam paradas, «a censurar», pois não veem nenhuma vantagem em perder tempo e energia por causa de um incidente natural, contornam o obstáculo e seguem normalmente o seu curso; se pressionadas por algum motivo, adaptam-se; se ficam presas, purificam-se, deixando para trás todas as impurezas que não lhes interessam. Se a água «combatesse» os entraves característicos do caminho, como as pedras ou os troncos de árvores, consumir-se-ia desnecessariamente, e, por consequência, retardaria a sua chegada ao mar.
«Ser flexível não é sinónimo de ser fraco, muito pelo contrário: a água é flexível e tem o poder de perfurar uma pedra e desgastar uma rocha, fenómeno que se designa por erosão e que acontece na natureza. Literalmente, os pingos da chuva caem e acabam por fazer um buraco na pedra, não pela sua força ou violência, mas por causa da sua persistência. Diz o ditado popular que «Água mole em pedra dura tanto bate até que fura». O segredo é ser perseverante.
«A mensagem implícita no poema diz-nos que as pessoas mais fortes são as mais perseverantes e maleáveis, abertas a mudanças, novas informações, novas interpretações das circunstâncias e das ocorrências do quotidiano, reciclando crenças e ideias, prontas a ceder diante das renovações, reformulando planos, admitindo novas opiniões, aderindo a convicções baseadas em provas incontestáveis, angariando, assim, energias que fortalecem e alimentam o próprio espírito.
«Mikao Usui
«A exemplo dos antigos sábios, o Mestre Mikao Usui percebeu seguramente o facto de imperarem a flexibilidade e a perseverança no modo de viver bem. Quanto menos uma pessoa se opuser às dificuldades da vida mais resistente se tornará para viver em plenitude. A maioria as coisas muito rígidas e duras tem grande propensão para se partir. Somos seres em contínua evolução e precisamos de aprender a adaptar-nos. Se ficarmos inflexíveis, resistindo e envolvendo-nos com cada um dos pequenos contratempos do quotidiano, iremos criar impedimentos para cumprir a tarefa evolutiva da nossa existência.
«O Mestre Usui seguramente também selecionou este poema pela segunda mensagem implícita, que consiste na perseverança. Num tratamento de Reiki complexo e delicado, nada termina até que deixemos de tentar.
«Segue uma citação que nos remete para o poema:
«Samuel Johnson disse:
«”Os grandes feitos são conseguidos não pela força,
mas pela perseverança.”»
(In “REIKI COMO FILOSOFIA DE VIDA”, de Johnny De’ Carli, Dinalivro, págs. 132 e 133)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 01.01.2020

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