segunda-feira, agosto 28, 2006

UM "CAPUTO" (EM GERAL) NO SEU MELHOR

"1)- O recorrente , a chefiar a 1ª Repartição de Finanças de (...), quando conduzia o seu automóvel no IC-2 , ao Km 30 , concelho de Alenquer , pelas 20,40 horas , do dia 29-10-96 , foi mandado parar por uma patrulha da BT/GNR do Destacamento do Carregado , que se apercebeu que a sua condução não se fazia de modo normal , uma vez que , nomeadamente , mudava de faixa de rodagem com alguma frequência , cortando o eixo da via.
2)- Imobilizado o veículo e depois de identificado o seu condutor , ficando os elementos da BT/GNR a saber que era funcionário das Finanças , o arguído foi convidado a fazer o teste de alcoolemia , em termos qualitativos , tendo-se manifestado , com o objectivo de se subtrair ao mesmo , nos seguintes termos: « Ouve lá , essa coisa não é necessária , eu sou o Chefe das Finanças , ou queres que eu , quando te apanhar lá , te foda ?! .»
3)- Perante a persistência dos agentes daquela Guarda , o arguido acabou por aceder , tendo revelado uma percentagem de álcool no sangue correspondente a 4,15 gramas/litro .
4)- Em face de tal situação , o arguido foi conduzido para o Destacamento referido , no item 1) , tendo em vista , agora , ser submetido ao teste quantitativo , por meio do aparelho « Seres Ethylometre » , teste este que não chegou a ser concluído , apesar de seis tentativas , em virtude dos sopros produzidos o serem de forma intermitente com reduzida pressão , apesar de lhe ter sido explicado o modo de proceder .
5)- Tendo por fim levar os agentes da BT a não realizarem o teste quantitativo gritou-lhes : « Ó seus merdas, já têm aquilo que querem , por que é que não me cortam já a cabeça ? Chamem o Capitão Gouveia para me tirar daqui , ou também o fodo, porque aos juízes isso trato bem deles, quando os apanhar lá, faço-lhos a folha!».
6)- Acto contínuo , o ora arguido , pegou numa cadeira e fez , com ela , fez alguns gestos agressivos e , simultâneamente , usou a seguinte expressão : « seus merdas , ladrões , filhos da puta , cabrões ! » .
Processo nº. 01434/98 (Tribunal Central Administrativo do Sul)"
(IN www.direito-de-pernada.blogspot.com, de 11 de Agosto/2006)

quarta-feira, agosto 23, 2006

OS "CAPUTOS" EM GERAL

«Os “caputos”, em geral, têm maus instintos, maus fígados, vivem sem a busca da virtude e da excelência, mas tão-só e apenas para a sobrevivência.

Mesmo quando têm dinheiro e rendimentos suficientes, vivem apenas para comer, beber e fornicar e, o mais importante, para se vingarem dos seus inimigos.

Os “caputos”, em geral, não têm amigos. Estes serão apenas todos aqueles que têm algum “poder” ou “posição” e os que podem engrandecer o seu “ego” ou torná-los mais “importantes”.

Mas estes, porque “caputos” também, mais tarde ou mais cedo, irão fazer-lhes uma "injustiça".

E os primeiros lutarão toda a vida para se vingarem da afronta.
E toda a vida é vivida neste ciclo vicioso de injustiças e vinganças.

Será que os “caputos”, em geral, nasceram assim, isto é, são assim por natureza?

É óbvio que não!

Mas, como nasceram numa sociedade com esta “cultura”, a dos “caputos” em geral, dos adultos, injustiçados, “importantes”, bajuladores dos fortes e pisadores dos fracos, dos vingativos, dos copos e patuscadas e sempre a sonhar com outras identidade que não a de “caputo” em geral e a querer viver a vida de “outrem“, fora da sua terra e em grande, por isso que são educados para se tornarem “caputos” como os outros em geral.

Assim, normalmente nascem em berços pobres, procuram um “padrinho” e vá de fazer carreira de “caputo” em geral!

Portugal são os “caputos” em geral e os “caputos” em geral são Portugal.

Por isso Portugal não tem futuro.

Qualquer um, em Portugal, que não tenha a “cultura” dos “caputos” em geral, mais tarde ou mais cedo é cilindrado pela “cultura” destes.

Já o filósofo dizia: adaptação, é preciso adaptação!

Só há uma alternativa, em duas: ou nos adaptamos à “cultura” dos “caputos” em geral e vivemos mesquinhamente como eles, ou emigramos, se queremos ser gente.

Pois que a outra – não fazer uma coisa nem outra – não é alternativa digna.

É vegetar no meio dos “caputos” em geral.

No meio da injustiça, do compadrio utilitário, da vingança sem virtude, da mesquinhez da sobrevivência.

Diga-se, em abono da verdade, que há uma grande brecha no meio da “cultura” dos “caputos” em geral.

Provocada pelas mulheres.

Normalmente as mulheres portuguesas ainda põem travão a esta “cultura”: ensinam os homens a ser “educados”.

É só vê-los a dizerem “obrigada!” – em vez de obrigado -, tal como lhes ensinou a mulherzinha.

No fundo, no fundo, os “caputos” em geral são os “filintstones” da Europa.

“É a vida!” – como dizia o outro.

São os “caputos” em geral!, digo eu.»

(In, Diário de um Europeu nascido em África, Anónimo)

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