MECANICISMO: A PERSPECTIVA BÁRBARA DA HUMANIDADE
Os fenómenos quânticos ensinaram-nos que, sem o realismo ingénuo, o conhecimento é possível. Ensinaram-nos que, sem o animismo ingénuo, a aceitação da objectividade como única fonte de conhecimento e de uma vida com valores é possível. Existem princípios que são válidos mesmo quando não podem ser verificados. A descoberta dos fenómenos quânticos estabeleceu um novo pacto – entre a mente humana e o substrato de aparência mental do universo – um pacto que volta a proporcionar um lar aos desabrigados e a conferir significado à vida sem significado. Se a vida humana é ou não separada do cérebro, como Sherrington e Eccles pensavam, não sei. Mas não duvido que é humana apenas em algumas partes, e noutras partilha esse substrato de aparência mental do universo. Agora é possível acreditar que a mente é a concretização da potentia universal, uma manifestação da essência do universo, seja qual for o nome que demos a essa essência. Por conseguinte, uma vida boa, em termos éticos, está em harmonia com a natureza da realidade física.”
(In, “Em Busca da Realidade Divina”, de LOTHAR SCHÃFER, Edições ÉSQUILO, págs. 154 e 155)