sexta-feira, junho 30, 2006

MECANICISMO: A PERSPECTIVA BÁRBARA DA HUMANIDADE

“A perspectiva bárbara da realidade é mecanicista. É a perspectiva fácil da ciência clássica e do senso comum. Em epistemologia, o mecanicismo é o realismo ingénuo, a perspectiva de que todo o conhecimento é baseado em factos inquestionáveis, em verdades irrefutavelmente verificáveis. Em física, o mecanicismo é a perspectiva de que o universo é um mecanismo de relógio, fechado e inteiramente previsível de acordo com leis imutáveis. Em biologia, o mecanicismo é a perspectiva de que todos os aspectos da vida, a sua evolução, os nossos sentimentos e valores, são, em última análise, explicáveis em termos de propriedades moleculares. No nosso sistema jurídico, o mecanicismo é a perspectiva de que a adopção de normas técnicas processuais precisas constitui a justiça. No nosso sistema político, o mecanicismo é a perspectiva de que a afirmação dos direitos pessoais formulados de uma forma adequada constitui a democracia ideal. Na nossa administração pública, é a perspectiva de que um serviço responsável se manifesta pelo cumprimento de regulamentações burocráticas adequadamente estanques. Todas estas atitudes são as atitudes de bárbaros.

Os fenómenos quânticos ensinaram-nos que, sem o realismo ingénuo, o conhecimento é possível. Ensinaram-nos que, sem o animismo ingénuo, a aceitação da objectividade como única fonte de conhecimento
e de uma vida com valores é possível. Existem princípios que são válidos mesmo quando não podem ser verificados. A descoberta dos fenómenos quânticos estabeleceu um novo pacto – entre a mente humana e o substrato de aparência mental do universo – um pacto que volta a proporcionar um lar aos desabrigados e a conferir significado à vida sem significado. Se a vida humana é ou não separada do cérebro, como Sherrington e Eccles pensavam, não sei. Mas não duvido que é humana apenas em algumas partes, e noutras partilha esse substrato de aparência mental do universo. Agora é possível acreditar que a mente é a concretização da potentia universal, uma manifestação da essência do universo, seja qual for o nome que demos a essa essência. Por conseguinte, uma vida boa, em termos éticos, está em harmonia com a natureza da realidade física.”


(In, “Em Busca da Realidade Divina”, de LOTHAR SCHÃFER, Edições ÉSQUILO, págs. 154 e 155)

domingo, junho 25, 2006

ORAÇÃO: "EU SOU" E O "CAMINHO"

«É bom ter a consciência do “EU SOU”.

A provação é grande, são duríssimas as provas e obstáculos.

Mas é espiritualmente compensador.

Poder olhar os “inimigos” nos olhos e dizer: “EU SOU”.

Eles querem-te destruir, pisar, eliminar, mas marram apenas contra a “centelha divina”, indestrutível.

“Centelha divina” partilhada pelo Deus Criador, que não por um deus local ou regional, ou um outro “EU SOU” como Jeová, deus e senhor limitado de uma qualquer galáxia ou conjunto de galáxias.

Mas “centelha divina” de Deus Criador, O Sem-Limites, de Deus-de-Tudo, O Absoluto, O Inominado.

No meu Caminho de “EU SOU”, sem um qualquer adjectivo que seja, mas apenas Existência, dentro ou fora de um corpo limitado, invoco as “forças da natureza” e todos os outros “EU SOU” - toda a verdadeira Fraternidade dos “EU SOU”, incluindo Jeová -, em meu auxílio, com a bênção do ABSOLUTO.

“EU SOU” e vou percorrer o meu Caminho.

Assim “aquelas” e ELE me ajudem.»


(Autor anónimo)

sexta-feira, junho 23, 2006

SABEDORIA E SOFRIMENTO

Na muita sabedoria há muita arrelia, e o que aumenta o conhecimento, aumenta o sofrimento.

Bíblia, Eclesiastes

A VIDA: OPÇÕES E SUCESSO

A vida é uma criança a jogar e a deslocar as peças do tabuleiro.
Heraclito, 540-480 a. C., filósofo grego, Da Natureza


Não vivemos como queremos, mas como podemos.
Terêncio, 190-159 a.C., poeta romano, The Lady of Andros


Uma vida não questionada, não merece ser vivida.
Sócrates, 470-399 a. C., filósofo grego, em Apologia, Platão


O nosso sucesso, e o sucesso dos nossos planos e da nossa vida, tem pouco a ver com méritos, antes depende dos deuses, que guardam para si o direito de decidirem os seus resultados.
Amiano Marcelino, 330-395, historiador romano, Annales

sexta-feira, junho 16, 2006

UM AMIGO

- UM AMIGO...

Ajuda-te
Valoriza-te
Respeita-te
Acredita em ti
Nunca te goza
Compreende-te
Nunca se ri de ti
Aceita-te como és
Eleva o teu espírito
Caminha a teu lado
Perdoa os teus erros
Admira-te no teu todo
Acalma os teus medos
Oferece-te o seu apoio
Ajuda-te a levantares-te
Diz coisas lindas sobre ti
Ama-te por aquilo que és
Explica-te o que não entendes
Diz-te tudo sobre o teu coração
Entrega-se-te incondicionalmente
Diz-te a verdade, quando precisas ouvi-la
Grita-te, se necessário, quando não queres "ver" a realidade

(Retirado, com a devida vénia, de www.caminhoparaoinfinito.blogs.sapo.pt, de 31.03.06)



quarta-feira, junho 14, 2006

A AMIZADE PERFEITA, SEGUNDO ARISTÓTELES

"(...) a amizade perfeita existe entre os homens de bem e os que são semelhantes a respeito da excelência. Estes querem-se bem uns aos outros, de um mesmo modo. E por serem homens de bem são amigos dos outros pelo que os outros são. Estes são assim amigos, de uma forma suprema. Na verdade querem para os seus amigos o bem que querem para si próprios. E são desta maneira por gostarem dos amigos como eles são na sua essência, e não por motivos acidentais. A amizade entre eles permanece durante o tempo em que forem homens de bem; e, na verdade, a excelência é duradoura. Cada um deles é um bem absoluto para o seu amigo. Os homens de bem são absolutamente bons e úteis aos outros; também são agradáveis entre si, porque quem é absolutamente bom é também absolutamente agradável. (...) se, por outro lado, as acções dos homens de bem são iguais entre si ou pelo menos semelhantes umas às outras - então, uma tal amizade baseada na excelência é, com bom fundamento, duradoura, porque ela combina em si todas as qualidades que os amigos devem ter.
"(...).
"Tais amizades são, de facto, raras, porque são poucos os homens desta estirpe. Além do mais, é preciso tempo e cumplicidade, pois, tal como diz o provérbio, não é possível que duas pessoas se conheçam uma à outra sem antes terem comido juntas a mesma quantidade de sal. Nem se pode reconhecer alguém como amigo antes de cada um se ter mostrado ao outro digno de amizade e merecedor de confiança. Pessoas que depressa produzem provas (exteriores) de amizade entre si querem ser amigos, mas não podem sê-lo logo. É preciso primeiro que se tornem dignos de amizade e se possa reconhecer neles essa mesma dignidade. O desejo de amizade nasce depressa, mas a amizade não."
(Aristóteles, "Ética a Nicómaco", Livro VIII, III, 1156b1, 5-15, 25)
COMENTÁRIO:
Quantos "amigos" pensei que tinha e quantos, a final, o são. Poucos são os que partilham comigo a excelência de sermos Amigos sem outro qualquer interesse que não apenas o mesmo e comum ponto de vista sublime, a mesma e comum excelência aristotélica...

quinta-feira, junho 08, 2006

NEMINEM LAEDERE

"Iustitia est constans et perpetua voluntas ius suum cuique tribuendi. Iuris praecepta haec sunt: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere".
(A Justiça consiste na constante e perpétua vontade de atribuir a cada um o que lhe pertence. As regras do Direito são: viver honestamente, não molestar os demais e dar a cada um o que lhe é devido).
(Ulpiano, Roma Antiga, Séc. II, Jurista)
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