domingo, agosto 03, 2008

PROPAGANDA ANTIGA E MODERNA EM PORTUGAL



Propaganda é um modo específico de se apresentar uma informação, com o objectivo de servir a uma agenda. Mesmo que a mensagem traga informação verdadeira, é possível que esta seja partidária, não apresentando um quadro completo e balanceado do objecto em questão.”

(…)

“Do latim moderno, propaganda quer dizer "para ser espalhado". Em 1622, no início da Guerra dos Trinta anos, o Papa Gregório XV fundou o Congregatio Propaganda Fide ("Congregação para a Propagação da Fé"), um comitê de Cardeais para supervisionar a propagação do Cristianismo pelos missionários enviados para países não-cristãos. Originalmente o termo não era usado para se referir a informação enganosa. O sentido político actual data da Primeira Guerra Mundial e, originalmente, não era pejorativo.”

(…)

“Num sentido estrito e mais comum do uso do termo, a propaganda usada na guerra psicológica refere-se à informação deliberadamente falsa ou incompleta que apoia uma causa política ou os interesses daqueles que estão no poder ou os que querem o poder. O propagandista procura mudar a forma como as pessoas entendem uma situação ou problema, com o objectivo de mudar as suas acções e expectativas para a direcção que interessa. Nesse sentido, a propaganda serve como corolário à censura, na qual o mesmo objectivo é obtido, não por colocar falsas informações nas mentes das pessoas, mas fazendo com que estas não se interessem pela informação verdadeira. O que diferencia a propaganda como arma psicológica de outras formas de argumentação é o desejo do propagandista em mudar o entendimento das pessoas através do logro e da confusão, mais que pela persuasão e entendimento.”

(In Wikipédia online)

Antigamente, no tempo do fascismo, em Portugal, havia propaganda, no sentido moderno, e também censura ao que podia ser propalado entre o Povo.

Mas, antigamente, no tempo da outra senhora, também havia, para quem detinha poder, factores inibidores de condutas canalhas, como o receio de escândalo, não só derivado de comportamentos e práticas contraditórias com a moral apregoada, mas também de práticas de poder que poderiam chocar a moral vigente.

Modernamente, na democracia abrilina, continua a haver propaganda, embora sem uma censura oficial, assumida à luz do dia. Mas já não há aqueles factores inibidores de condutas canalhas de poder, simplesmente porque tudo se reduz à propaganda e não há qualquer moral, seja ela apregoada pelo(s) poder(es), seja ela vigente no Povo.

O poder (ou melhor, os poderes, que se dizem democráticos), fazem propaganda apenas do ateísmo, de um pretenso cientifismo economicista e neo-liberal e de um pretenso igualitarismo legal – sempre violado na prática – tudo o que arrasta, como consequência directa e necessária, para o desaparecimento de qualquer moral.

Sem moral não pode haver escândalo, porque sem aquela não há lugar à indignação.

Assim, com o desaparecimento da moral, desaparecem os escândalos, ou seja, desaparecem os factores inibidores de comportamentos canalhas de poder na moderna democracia.

Qual é o melhor modelo: o de antigamente, com propaganda e com censura, mas com uma moral ainda inibidora de comportamentos canalhas de poder, ou o actual, em que tudo se reduz à propaganda sem qualquer moral?

A meu ver, qualquer escolha entre os dois é sempre uma escolha do diabo.

Não haverá um tertio genus, uma terceira alternativa, expurgadora das aporias de um e outro modelo?

Tem a palavra quem souber responder à questão!

Já agora, pense nisso!
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