sexta-feira, janeiro 17, 2020

O ECUMENISMO DO TEÓSOFO…

«Começo por citar algumas expressões de Humberto Álvares da Costa, ex-presidente da Sociedade Teosófica de Portugal: “Porque o teósofo vê no Homem um ser maravilhoso com capacidades divinas infinitas, da mais terna e pura compaixão, até aos mais grandiosos feitos, com uma necessidade incontida de ir mais além, de realizar o seu máximo, de atingir o sem limites.
«”Porém, deixou-se aprisionar num grande sofrimento e limitação do Ser. Que pobreza!
«”A liberdade absoluta do Homem está prisioneira dos desejos, das emoções, da cobiça, do egoísmo, dos prazeres, do amor e ódio, do sexo, do dualismo de se pôr a servir a Matéria em vez de servir o Espírito, de se separar da Vida e do Divino que em si habita. O ser que tem acesso à Verdade Absoluta, ao Bem e à Lei Divina em si mesmo, porque ele é isso, vê-se gorado de tudo, ao pôr na Matéria e na separação os seus objectivos. O materialista prefere dominar o mundo, impor a sua vontade e morrer, a viver a Vontade Eterna.
«”O Homem é tudo isso, mas tem livre-arbítrio, a capacidade de escolher destinos, de fazer aquilo que o ajuda ou que o prejudica, de optar pelo caminho contrário ao Ser, o caminho do eu separado (eu pessoal), ou pelo caminho da identificação com o Ser, o do Eu Espiritual ou Divino.”
«O teósofo não se proclamará muçulmano, cristão, budista ou hindu, porque de certa forma ele é tudo isso, pois ele valoriza as doutrinas centrais de todas as grandes tradições espirituais. Dirá que a sua Religião, o seu elo de ligação ao Divino é a Teosofia, a Religião Sabedoria, a Ciência Espiritual, também conhecida como a Filosofia Arcana.
«Segundo os Instrutores que fundaram a teosofia moderna, a Filosofia Arcana é tão velha como a humanidade. Em rigor, mais velha ainda, pois ela é a Sabedoria dos deuses e dos anjos. A Religião Sabedoria é o caudal donde fluíram as grandes tradições espirituais e as religiões de todos os tempos e geografias.
«O teósofo, ao estudar e comparar as religiões, não duvida que há um corpo de ensinamentos que é comum a todas elas, e que se encontra amplamente disseminado nas suas doutrinas. Numas de forma mais evidente, noutras, de uma forma mais velada. Nenhuma delas é mais verdadeira que a outra; apenas diferentes maneiras de apresentar a mesma Verdade, consoante os tempos e os povos que tinham como alvo impulsionar no progresso espiritual.
«É natural que o leitor se questione acerca da Teosofia, perguntando qual o carácter da Ciência Espiritual, e quais os seus ensinamentos centrais? Segundo uma grande instrutora e teósofa, Annie Besant: “A Teosofia é a Sabedoria Divina, e a Sabedoria é a luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo.” Ou seja, a Teosofia é a Sabedoria que nos permite caminhar de uma forma segura enquanto estamos encarnados neste mundo. Ela apresenta-nos uma doutrina que revela de um modo profundo e racional, o conceito de Deus e qual a verdadeira natureza de toda a Criação – o nosso Universo objectivo – incluindo o Reino Humano. Ensina-nos a constituição integral do Homem, o propósito da sua vida terrena e nos mundos superiores; e explica-nos as dinâmicas da consciência que regem a sua evolução espiritual, subordinadas às duas grandes leis do carma e da reencarnação (…).
«A Teosofia não pertence a nenhuma religião em especial, ela é a riqueza comum que todas partilham.
«”Os deuses que nos criaram estão mais próximos da Divindade,
Mas não são o Deus Supremo;
olhemos para nós… mas que pobreza!”»
(In “O HOMEM NO GLOBO TERRESTRE, de António Almeida, Publicações, Maitreya, págs. 230 a 233)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 17.01.2020

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