Meditação: a “cadeira” que falta no CEJ…e suas consequências.
Hoje – porque está na moda –
alega-se que há a necessidade de rentabilizar tudo, da economia aos serviços,
passando pela própria justiça.
E como se consegue atingir tal
escopo?
É simples, alega-se…Definem-se
“objectivos” a cumprir.
Não há empresa que não defina os
seus objectivos de produção, o que se compreende, dado que aquela visa o lucro.
Mas tal moda vai mais longe.
Inclusive na administração
pública, não há departamento ou secção em que se não definam objectivos…mesmo
que sejam cegos e impraticáveis, ou absurdos…
A “definição de objectivos”
chegou mesmo à própria “justiça”.
Qualquer tribunal tem
“objectivos” a atingir: X número de acusações, Y de arquivamentos, Z de
julgamentos, etc., etc., etc.
Os tribunais passam, pois, a ser
como as fábricas de chouriços. Nestas, a produção tem de atingir um certo
número de chouriços. Na “justiça”, um certo número de realizações (e de que tipo)
processuais, independentemente do número de litígios que existam, ou da Justiça
que o caso impõe…
Tudo isto para dizer que, desde
1980, já há, também, a produção de “magistrados” por objectivos, isto é, de
“magistrados-chouriços”.
É verdade. Com a criação do CEJ,
produzem-se magistrados, judiciais e do ministério público, como se produzem
chouriços.
São “fornadas” deles. Intencionalmente
dignos, majestosos, sábios, enfim, “deuses”…
Só que o CEJ não tem, que se
saiba, qualquer “cadeira” de “meditação”, em que os magistrados a formar possam
adquirir a reflexão sobre a sua própria essência humana, de modo a aproximarem-se da
“virtude”, da Consciência da Justiça.
Porque só um homem, ou mulher, que
conheça a sua “essência” (e esta, por definição, é isenta, imparcial, digna…)
pode conhecer a “virtude” e, conhecendo-a, fazer Justiça aos seus semelhantes.
O CEJ, com tal deficiência,
“forma” apenas técnicos de direito “formatados” - não verdadeiros magistrados -,
mas sim seres que, por uma espécie de hipnotismo induzido, se julgam “dignos”,
“majestosos”, “isentos”, “virtuosos”…quando não passam disso mesmo: de técnicos
de direito, de “chouriços” fabricados em série!
Tudo isto não quer dizer que não
apareça, de vez em quando, um Verdadeiro Magistrado, Judicial ou do Ministério
Público, Virtuoso, Digno, Justo.
Mas são tão poucos que estes
poucos são “engolidos” pelo “sistema” maioritariamente comandado rotineiramente
pelos “técnicos do direito e da justiça”, os “chouriços”.
Com os resultados que se
conhecem.
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