quarta-feira, abril 03, 2013

Meditação: a “cadeira” que falta no CEJ…e suas consequências.


Hoje – porque está na moda – alega-se que há a necessidade de rentabilizar tudo, da economia aos serviços, passando pela própria justiça.
E como se consegue atingir tal escopo?
É simples, alega-se…Definem-se “objectivos” a cumprir.
Não há empresa que não defina os seus objectivos de produção, o que se compreende, dado que aquela visa o lucro.
Mas tal moda vai mais longe.
Inclusive na administração pública, não há departamento ou secção em que se não definam objectivos…mesmo que sejam cegos e impraticáveis, ou absurdos…
A “definição de objectivos” chegou mesmo à própria “justiça”.
Qualquer tribunal tem “objectivos” a atingir: X número de acusações, Y de arquivamentos, Z de julgamentos, etc., etc., etc.
Os tribunais passam, pois, a ser como as fábricas de chouriços. Nestas, a produção tem de atingir um certo número de chouriços. Na “justiça”, um certo número de realizações (e de que tipo) processuais, independentemente do número de litígios que existam, ou da Justiça que o caso impõe…
Tudo isto para dizer que, desde 1980, já há, também, a produção de “magistrados” por objectivos, isto é, de “magistrados-chouriços”.
É verdade. Com a criação do CEJ, produzem-se magistrados, judiciais e do ministério público, como se produzem chouriços.
São “fornadas” deles. Intencionalmente dignos, majestosos, sábios, enfim, “deuses”…
Só que o CEJ não tem, que se saiba, qualquer “cadeira” de “meditação”, em que os magistrados a formar possam adquirir a reflexão sobre a sua própria essência humana, de modo a aproximarem-se da “virtude”, da Consciência da Justiça.
Porque só um homem, ou mulher, que conheça a sua “essência” (e esta, por definição, é isenta, imparcial, digna…) pode conhecer a “virtude” e, conhecendo-a, fazer Justiça aos seus semelhantes.
O CEJ, com tal deficiência, “forma” apenas técnicos de direito “formatados” - não verdadeiros magistrados -, mas sim seres que, por uma espécie de hipnotismo induzido, se julgam “dignos”, “majestosos”, “isentos”, “virtuosos”…quando não passam disso mesmo: de técnicos de direito, de “chouriços” fabricados em série!
Tudo isto não quer dizer que não apareça, de vez em quando, um Verdadeiro Magistrado, Judicial ou do Ministério Público, Virtuoso, Digno, Justo.
Mas são tão poucos que estes poucos são “engolidos” pelo “sistema” maioritariamente comandado rotineiramente pelos “técnicos do direito e da justiça”, os “chouriços”.
Com os resultados que se conhecem.
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