Portugal, um país exíguo
Com a “democracia” abrilina, Portugal está a
perder toda e qualquer coerência moral e ética, toda e qualquer característica sua,
como povo e como comunidade.
Há, por enquanto e ainda, a língua que, pelos
vistos, também está a perder as suas características portuguesas, com um acordo
ortográfico de universalismo fonético desvirtuador das suas características
lusas, para entroncar num conjunto de culturas díspares, embora de tronco
comum, espalhadas pelo mundo – mundo esse que, paradoxalmente, recusa esse mesmo
universalismo linguístico -, em nome de uma globalização que, aberrantemente,
apesar de tudo, seria apenas regional, mas que gera apenas divisão e não
qualquer coesão nacional.
Depois, há a história, que cada um interpreta à
sua maneira e onde uns vêem heróis, outros não vêem senão trastes e traidores.
A cultura – património de experiências comuns
de um povo e sua criatividade – está de rastos e sem referências unificadoras.
O “imperativo categórico Kantiano, base de
qualquer coesão nacional – porque integrador da máxima “actua com as regras que
defendes e que pretendes universais e aplicáveis a todos!” – desapareceu com a
luta inconsciente de cada um pelo seu ponto de vista relativo em que o
universal se dissolveu no ego “libertário” individual, num mundo sem sentido “nietzsheniano”
em que é preciso apenas actuar mesmo sem se saber com que teleologia, vigorando
apenas a carreira do “homem revoltado”/político “camusiano”, sem Deus , nem
regras éticas nem de moral.
A legislação – verdadeira diarreia negligente,
reactiva e de remendos – que se produz, defende pontos de vista incoerentes,
num diploma, logo contrariados por outro, e inconciliáveis entre si, em que
todos os pretensos “valores” estão baralhados e sem harmonia, de cuja ausência
de epistemologia decorre a esquizofrenia da “justiça” que devia aplicar a lei –
com os juízes, perante a ausência de prova contra arguidos, a afirmarem que tal
falta de prova não significa que aqueles não tenham tido tal e tal conduta,
seguindo-se, pois uma condenação sem provas, mas por convicção “ressonante de
verdade” -,tudo para descrédito do “sistema” e desconfiança dos seus
destinatários e do povo em geral.
Com a regionalização da perspectiva europeia,
fazem-se leis, normas, regulamentos e regras, tudo mecanicamente, e que a
maioria do povo, pois, não entende, muito menos como suas, mas apenas como
sendo sem sentido e sem qualquer base ou apoio “democrático”.
Os governantes e responsáveis eleitos e com poder,
apenas parecem querer resolver os seus problemas pessoais e de “carreira”, sem
qualquer visão de Estado, mas usando unicamente de um discurso “criador” de “vazios”
de poder que apenas os próprios podem preencher e com prejuízo indiferente para
o sofrimento do povo.
O povo, para estes, não passa de apenas uma
massa informe de “inferiores” a quem eles têm de impor as regras da “governança”,
pois a “manada” e o “gado” que a compõe, nada entendem, muito menos perante a
inteligência superior de suas excelências, os detentores do poder.
Não há nada que, mesmo tendencialmente,
unifique os portugueses como povo e, mais, como simples comunidade, a não ser o
desalento de não vislumbrar uma vida com o mínimo de sentido.
Portugal está a tornar-se, pois, num país
exíguo – há muito avisadamente dito por um douto professor catedrático de
reconhecidos méritos morais e éticos e de análise política e que, por si,
dispensa mais apresentações -, isto é, num país sem capacidade endógena de se
auto-governar.
E quem tem poder sobre o povo e o próprio povo
parecem ter ensandecido e não se darem conta disso.
Mas é tempo de acordar!
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