quarta-feira, agosto 03, 2005

(continuação)

Capítulo IV


Quem é ou o que é o Diabo?


Como vimos anteriormente os HOMENS DE BOA FÉ ou verdadeiramente RELIGIOSOS seguem o objectivo DIVINO de alcançar a SANTÍSSIMA TRINDADE, isto é, vivendo, como ensinou CRISTO, AMANDO DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS E AO SEU PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

Todos aqueles, porém, que se afastam de tal OBJECTIVO, são considerados como filhos ou apaniguados ou servindo a vontade do DIABO.

É tese do autor, como decorre do exposto, que o DIABO não existe, a não ser como figura de contraste em relação à VONTADE DIVINA de concretização da SANTÍSSIMA TRINDADE.

Na medida em que os HOMENS se afastam de tal objectivo DIVINO fazem o papel do DIABO, figura que é criada e tem existência na estrita e directa medida em que os HOMENS ou a VONTADE destes se afasta daquele objectivo.

Sendo DEUS OMNIPOTENTE, OMNISCIENTE e OMNIPRESENTE, inadmissível é tal figura de contraste com ELE, a não ser como criação de referência do HOMEM para definir as actuações humanas que se afastam do OBJECTIVO DIVINO.

Mas, à medida que os HOMENS se afastam de tal objectivo, a figura do DIABO ganha corpo, perante a impotência dos HOMENS DE BOA VONTADE em contrariá-los, sem ofender os princípios DIVINOS.
Por isso, afirmam aqueles mesmos HOMENS DE BOA VONTADE, que actuar de acordo com a VONTADE DIVINA e sem pecado é estar com DEUS e o contrário será estar com o DIABO e que nesta luta, uns estão do lado de DEUS e outros do DIABO, na estrita medida em que uns seguem e outros não a VONTADE DIVINA, acreditando os primeiros que a BESTA será, afinal, derrotada, ao contrário dos segundos, sendo certo que o DIABO só poderia vencer a batalha na estrita medida em que os HOMENS renunciassem à VONTADE DIVINA.

Se observarmos bem e com atenção, verificamos que o MAL (intuitivo para qualquer SER HUMANO) tem sempre como ponto de referência a ofensa àquela linha mestra da concretização da SANTÍSSIMA TRINDADE.

BEM, perguntará, porém, agora, o leitor: o que fazer, então, quando um SER HUMANO, nosso semelhante, nos ofender profundamente, ocupando a figura do DIABO?

A questão é absolutamente pertinente e de difícil resolução, mas parece ao autor que a resposta será sempre a de que o fio condutor da actuação do ofendido deverá ser o exemplo de CRISTO.

Porém, CRISTO era a VERDADE, não só nas PALAVRAS, mas também nos ACTOS e foi morto pelos Homens apenas por seguir a VONTADE DIVINA, mostrando-nos o CAMINHO e aceitando, para tanto, ter de ser morto.

Não sendo nós, Homens, perfeitos, ainda que não demos a outra face “tout court”, poderíamos antes buscar a afirmação a nível interior de ligação a DEUS, isto é, sem se viver em função do agressor, mas sim e sempre sem perder de vista o direito de defesa da DIGNIDADE DIVINA do agredido (e do agressor) e na estrita e necessária medida em que esta for ofendida ou realmente posta em causa.

Isso mesmo é o que está consagrado na lei dos HOMENS, com a figura da chamada legítima defesa.
Por outro lado, e porque a realização espiritual plena INDIVIDUAL de qualquer SER HUMANO só despontará com a concretização da SANTÍSSIMA TRINDADE, isto é, quando TODOS os SERES HUMANOS se unirem ao PAI, através do ESPÍRITO SANTO, todo o indivíduo humano sofrerá a “carga” do atraso espiritual dos demais, por muito desenvolvido que seja “espiritualmente” e até, diga-se, sofrerá tanto ou mais quanto maior for o seu desenvolvimento e o atraso dos demais.

Esta “carga” negativa sobre a Humanidade que, afinal, afecta todos e que leva a actos de pecado, também pode ser chamada de DIABO ou BESTA.

Não iremos, porém, desenvolver mais este tema sobre as questões de como actuar perante os agressores que actuam contra a VONTADE DIVINA e sobre a legitimidade de cada SER HUMANO defender tal VONTADE contra o seu semelhante, mas dedicaremos antes um capítulo ao ESPÍRITO SANTO para o leitor que se sinta motivado e interessado em conhecer a nossa posição.
(continua)
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