"CONDUZIR" EM PORTUGAL
No ano de 1995, estava eu Procurador da República em Évora, quando, no gabinete do meu superior hierárquico (o primeiro, um homem íntegro, a quem eu chamava, com os meus botões, o “meu velho”, por me conhecer bem e gostar de mim), este se vira para mim, no meio de uma conversa sobre cartas-rogatórias, e me diz de chofre: “Tu não sabes conduzir!”. Apanhado de surpresa e pensando que se referia à condução automóvel e porque sempre fui cumpridor das regras estradais e sem qualquer acidente, ainda tentei esboçar um protesto mas, num recôndido mais fundo da alma, percebi que o “meu velho” queria dizer outra coisa.
Os anos passaram e, perante a situação que presentemente ainda vivo e que se estende desde há DEZASSETE ANOS, com início antes daquela conversa, percebi o que aquele meu Mestre me queria dizer: como me conhecia bem e sabia que eu me pautava fundamentalmente por valores de legalidade e honestidade, quer funcionalmente, no Ministério Público, quer como cidadão, eu não entendia nada dos comportamentos que hoje pautam a sociedade portuguesa: a linguagem encriptada, “mafiosa”, fora da legalidade e dentro de parâmetros cabalísticos. Como não funcionava dentro desta “linguagem” eu “não sabia conduzir”.
Realmente “não sei conduzir” nesta sociedade.
Portugal está tão “mafioso”, tão cabalístico, tão encriptado nos comportamentos mais comezinhos, que qualquer pessoa que tenha sido educada nos meus valores de honestidade, integridade, respeito pela lei, com espaço para os “outros”, “não sabe conduzir”.
E quem “não sabe conduzir” é rotulado, ó paradoxo dos paradoxos!, de “desonesto”.
É assim, infelizmente, que se “conduz” em Portugal.
É este o resultado da “revolução abrilina”.
Portugal está podre.
E, por isso, o “mercado” não confia nele.
Não há saída.
Portugal vai à falência!
Os anos passaram e, perante a situação que presentemente ainda vivo e que se estende desde há DEZASSETE ANOS, com início antes daquela conversa, percebi o que aquele meu Mestre me queria dizer: como me conhecia bem e sabia que eu me pautava fundamentalmente por valores de legalidade e honestidade, quer funcionalmente, no Ministério Público, quer como cidadão, eu não entendia nada dos comportamentos que hoje pautam a sociedade portuguesa: a linguagem encriptada, “mafiosa”, fora da legalidade e dentro de parâmetros cabalísticos. Como não funcionava dentro desta “linguagem” eu “não sabia conduzir”.
Realmente “não sei conduzir” nesta sociedade.
Portugal está tão “mafioso”, tão cabalístico, tão encriptado nos comportamentos mais comezinhos, que qualquer pessoa que tenha sido educada nos meus valores de honestidade, integridade, respeito pela lei, com espaço para os “outros”, “não sabe conduzir”.
E quem “não sabe conduzir” é rotulado, ó paradoxo dos paradoxos!, de “desonesto”.
É assim, infelizmente, que se “conduz” em Portugal.
É este o resultado da “revolução abrilina”.
Portugal está podre.
E, por isso, o “mercado” não confia nele.
Não há saída.
Portugal vai à falência!
1 Comments:
"vai"... é uma forma do verbo FOI!!!
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