segunda-feira, novembro 26, 2018

A PACIÊNCIA NO BUDISMO…

«(…) a paciência é uma das virtudes mais valiosas a cultivar, mais ainda do que o amor e a compaixão porque, segundo ele [Shantideva], se tivermos paciência, o amor e a compaixão decerto se seguirão. A paciência, neste sentido, não significa fazer as coisas devagar, mas antes não nos sentirmos derrotados quando as coisas correm mal. A paciência e o esforço, na verdade, ampliam-se um ao outro; juntam-se, operam em sintonia, mais do que em simultâneo. Por exemplo, não é exequível encontrarmo-nos num estado de espírito descontraído e alegre enquanto praticamos com vigor – isso seria impossível, seria como tentar ficar de pé e sentado ao mesmo tempo. Ao invés, a paciência implica que demos o nosso melhor, o qual nem sempre resultará, mas, se nos recusarmos a sentirmo-nos derrotados por isto, atingiremos a paciência. Não revertemos a um diálogo interno que diz: «Oh, voltei a fracassar»; pensando antes: «Bem, que poderia eu ter feito para que o resultado fosse diferente?» Por outras palavras, não voltamos a tentar fazer o mesmo. Em vez disso, pensamos: «Não resultou desta vez, porque deve haver algum motivo para não ter resultado. Será melhor atentar ao que poderia ter feito a diferença.» Experimentamos de novo, com inteligência. Por conseguinte, de acordo com Shantideva, não nos sentirmos derrotados é sermos pacientes. É também assim que aprendemos a criar bom karma e a viver a nossa vida em pleno.»
(In “KARMA – O QUE É, O QUE NÃO É, E PORQUE É QUE IMPORTA”, de Traleg Kyabgon, Pergaminho, págs. 64 e 65)

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