sábado, novembro 17, 2018

POR QUE OS PAIS TÊM O DIREITO DE DISCIPLINAR OS FILHOS?…

«Para Nietzsche e Dostoiévski, a liberdade – até mesmo a capacidade de agir – exige restrições. Por essa razão, ambos reconheceram a necessidade vital do dogma da Igreja. O indivíduo deve ser constrangido e moldado – até levado aos limites da destruição – por uma estrutura disciplinar restritiva e coerente, até que ele ou ela possam agir com liberdade e competência. Dostoiévski, com a sua grande generosidade de espírito, concedeu à Igreja, por mais corrupta que fosse, um certo elemento de misericórdia, um certo pragmatismo. Admitiu que o espírito de Jesus Cristo, o Logos que engendra o mundo, tinha encontrado continuamente, dentro dessa estrutura dogmática, o seu lugar ao longo da história – até mesmo a sua soberania. E que isso podia voltar a acontecer.
«Se um pai disciplina um filho corretamente, é óbvio que está a interferir na liberdade do filho, particularmente no aqui-e-agora. O pai estabelece limites à expressão do Ser do filho, forçando-o a aceitar a sua posição no mundo socializado. Um pai assim exige que todo esse potencial infantil seja dirigido para um único caminho. Ao impor tais limitações ao filho, o pai pode ser considerado uma força destrutiva, agindo de maneira a substituir a milagrosa pluralidade da infância com uma única realidade limitada. Mas se o pai não agir, limita-se a deixar o filho ser como Peter Pan, o eterno Menino, Rei dos Meninos Perdidos, Governante da inexistente Terra do Nunca. Essa não é uma alternativa moralmente aceitável.»
(In “12 REGRAS PARA A VIDA”, de Jordan B. Peterson, Lua de Papel, págs. 248 e 249)

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