segunda-feira, maio 26, 2008

A ORAÇÃO A DEUS DE NIETZSCHE



São célebres, entre outras, as seguintes afirmações de Friederich Nietzsche:

"Deus está morto. Viva perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!".

"A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade."

"As convicções são cárceres."

"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."
"O cristianismo foi, até ao momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo."

Nietzsche não descobriu a “verdade” e há afirmações históricas de que morreu louco, eventualmente como consequência da sífilis.

Mas este filósofo tinha uma oração ao Deus desconhecido, que rezava assim:

“Antes de prosseguir o meu caminho e lançar o meu olhar para a frente, uma vez mais elevo, só, as minhas mãos a Ti na direcção de quem fujo.

“A Ti, das profundezas do meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, a Tua voz me pudesse chamar.

“Sobre estes altares estão gravadas em fogo estas palavras: “Ao Deus desconhecido.”

“Teu, sou eu, embora até ao presente me tenha associado aos sacrilégios.

“Teu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.

“Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servir-Te.

“Eu quero conhecer-Te, desconhecido.

“Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.

“Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero conhecer-Te, quero servir-Te só a Ti.”

(Esta oração foi retirada do livro Os Segredos do Pai-Nosso, de Augusto Cury, Ed. Pergaminho, págs. 164 e 165).

É patente, face a esta oração, que Friedrich Nietzsche tinha um profundo sentimento religioso.

Mas como queria descobrir a Verdade sozinho, potenciou ao máximo a sua Liberdade Individual, defendendo o super-homem e atacando ferozmente o cristianismo e, mesmo, o budismo, com as consequências que se sabem, designadamente a sua influência na construção da ideologia nazi.

Para ele, tudo o que fosse cedência ao “próximo” era fraqueza (cristianismo) e a busca da afirmação espiritual pela negativa (que levaria ao “nirvana” budista) eram apenas convicções que levavam ao cárcere e toda a moralidade um instinto de rebanho do indivíduo.

A sua afirmação era fundamentalmente física, corporal e intelectual, numa palavra, credora de um egocentrismo super-exacerbado e anti-social e não-convivencial.

Não admira que tenha morrido louco e sem encontrar Deus, a Quem tanto queria servir e de Quem tanto fugia, conforme dizia na sua oração.

É que, afinal, TODOS são Filhos de Deus.

E Deus só se encontra no encontro com o semelhante.

Pois já dizia o Mestre: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei!”

Já agora, pense nisso!

1 Comments:

Blogger Orlando Braga said...

Consta que Lúcifer era um dos predilectos e governador do sistema solar, antes de tomar a decisão de se revoltar contra Deus, pelas mesmas razões que Nietzsche se revoltou contra Ele. No tempo cósmico, terão passado somente alguns segundos depois da revolta de Lúcifer, mas no nosso tempo passaram já milhares de anos. As revoltas de Lúcifer e de Nietzsche deixaram as suas marcas na sociedade do passado, presente e futuro, com as quais teremos que aprender a lidar.

6:54 da tarde  

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