O SENHOR PGR E AS PISTOLAS E FACAS NAS ESCOLAS
O senhor Procurador-Geral da República tem-se desdobrado em declarações à comunicação social, afirmando que há escolas em que os alunos vão armados de pistolas 6.35 e 9mm, para além de armas brancas.
Teve, sobre a violência nas escolas, uma audiência com o senhor Presidente da República.
Fica-nos, a nós, cidadãos anónimos, a sensação de que há RESPONSÁVEIS que se limitam a passar “mensagens” para outros “responsáveis”, pois responsáveis serão sempre “outros” e que ninguém tem domínio sobre os factos.
Ficava muito bem ao senhor PGR, atento o seu papel no Estado, após a gravidade dos factos ilustrada pelas declarações que tem feito, EXIGIR do Governo, designadamente do senhor Ministro da Administração Interna, que as polícias actuem com prevenção – para a promoção da repressão é que existe o Ministério Público -, isto é, a começar pelas escolas em que foram detectados os factos que relata, que as polícias comecem a passar REVISTAS aleatórias (sem pré-aviso) aos alunos quando entram nas escolas. Apanhadas as pistolas e as armas que refere, sejam accionados os mecanismos legais, isto é, a detenção em flagrante delito por posse de arma proibida e apresentação ao Ministério Público competente para accionamento da devida repressão criminal.
A meu ver, é este o papel do senhor PGR, muito antes de passar “mensagens” a outros “responsáveis” ou ao Povo nos meios de comunicação social.
É que, na maioria dos casos, a prevenção e a repressão de crimes graves fazem-se no silêncio da eficácia pouco ou nada mediaticamente propalada.
Pois a legitimidade e dever de actuação do senhor PGR, que lhe advém da Lei, não precisa de ser “legitimidada” na comunicação social em tom de queixume, como o de um qualquer cidadão anónimo sem poderes sobre os acontecimentos.
Os cidadãos exigem que assuma as suas responsabilidades, senhor Conselheiro.
Na prática e com eficácia.
É o mínimo que, como cidadãos, lhe podemos e devemos exigir.
5 Comments:
Com o tempo este Procurador far-nos-à ter saudades do Soto Moura...
É difícil de acreditar que existam assim alunos a levar para as escolas armas de fogo (até de 9mm diz ele) e ainda não ter acontecido nenhum tiroteio.
Quanto muio houve um ou outro caso isolado e é inadmissível que o Senhor Procurador, em vez de resolver calmamente o caso, com os meios próprios e com a colaboração das polícias, prefira antes lançar o alarme na popuação.
Chocante!
Caro Dr. Victor Rosa
Um abraço com o meu acordo, de tem que haver consequências práticas, que previnam futuramente o que o PGR diz que está a acontecer... tendo conhecimento dos factos tem o dever de por em acção as suas competências e são muitas.
É necessário evitar nas nossas escolas, o que se vê noutros países, massacres perpetrados por jovens alunos.
Um abraço
Carlos Rebola
Todo este empolar dos "casos de violência" nas escolas vai ter consequências nefastas para professores e alunos. Vive-se um clima de guerra, já.
Lamento desapontá-lo meu caro "Vickbest"!
O que conheço dessa realidade (e conheço alguma coisa, como quase toda a gente), os casos concretos que conheço, anulam, por completo, as suas "sugestões".
1 - Os alunos que protagonizam esses casos são bem conhecidos e estão amplamente referenciados; TAL COMO OS ALUNOS (Ou não alunos) QUE TRAFICAM DROGA. Portanto, bastaria actuar, de forma consequente, em relação a esses alunos;
2 - Num desses casos de que tive conhecimento directo recentemente, (um aluno que levou uma pistola para a escola) o aluno está bem referenciado pela polícia onde tem várias queixas. Ninguém o importuna porque, segundo consta, é filho dum inspector da P.J.
Mas ele continua a importunar toda a gente e a atentar contra a segurança dos colegas, a quem nem se coibe de ameaçar, por tudo e por nada.
Aliás, o comportamento da direcção da escola em relação a este caso é, no mínimo, absurdo...
Se TODOS esses alunos estão bem referenciados e são conhecidos, inclusive da polícia que se limitra a "fechar os olhos" com as mais esfarrapadas desculpas, para quê colocar a mesma polícia a revistar TODOS os alunos, aleatoriamente! Certamente resultaria uma revista tão eleatória que só os alunos normais é que seriam revistados e esses, que a polícia conhece bem, nunca seriam.
Este tipo de conversa, destes nossos (ir)responsáveis só servem mesmo para amandar areia aos olhos de quem não tem conhecimento directo de alguns casos. No limite: serve para desculpabilizar esta tolerância, absurda, para com a marginalidade e, possívelmente, para "justificar" a adopção de medidas repressivas, absurdas, a serem aplicadas aos cidadãos comuns (aos alunos comuns), deixando os patifes de fora, como acontece em muitas outras situações, na nossa "justiça".
Estas conversas são mesmo, SÓ, campanhas da treta, publicidade enganosa, desculpas de mau pagador, patranhas, sofismas.
Os problemas resolvem-se OLHANDO para a realidade e actuando nela, de forma sensata, actuando bem; punindo quem é culpado, quem tem os comportamentos anti-sociais, e não perseguido e molestando os cidadãos de bem usando os patifes como pretexto... que é o que faz falta e não se vê alguém fazer (ou sugerir).
Talvez até fosse muito mais útil para a resolução deste problema também que o sr. PGR tratasse os assuntos graves, pendentes, da nossa sociedade, envolvendo a justiça e seus agentes. É que estes casos também estão eivados de impunidades e as piores impunidades, as mais destrutivas e criminosas começam aí: dentro da justiça!
Biranta:
Tem todo o direito de não concordar comigo.
Porém, face ás suas palavras, sou obrigado a evidenciar o que nos separa:
- eu ainda acredito que há RESPONSÁVEIS a quem se pode pedir e exigir determinados comportamentos em nome dos cidadãos e da Lei;
- a minha amiga limita-se a descrever um mundo ignaro em que não há RESPONSÁVEIS ou estes, mafiosamente, estão TODOS FEITOS uns com os outros;
- eu acredito que há gente ruim, mas que também há gente de boa-fé e sã e que, lutando pela Lei e pela Justiça, se pode acabar com muita pouca-vergonha;
- a minha amiga denuncia situações escabrosas, mas não dá qualquer solução, sequer sugestão, para que ALGUÉM, em concreto, actue de determinada maneira, ficando-se por afirmações genéricas de que há que combater o crime importante, há que OLHAR pelo que é correcto, mas nunca quem diz QUEM O DEVE FAZER, nem denuncia, em concreto, quem são os BANDIDOS e os BONS.
É evidente que não podemos todos concordar uns com os outros.
Agora, a discordância pode ser feita sem VERBALIZAÇÕES AGRESSIVAS.
É que, para além de não adiantar nada, só indispõe as pessoas.
Cumprimentos de cidadania.
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