OS MEUS "ERROS" E PORQUE PRECISO DE UM PADRINHO
O meu primeiro “erro” fundamental foi acreditar que, sendo Magistrado do Ministério Público, imperava a Lei e o seu espírito, o Direito e a Justiça, tudo o que deveria defender, por ser esse o meu “dever”.
Ó quanta ingenuidade minha que me levou a tal “erro”.
A Lei e seu espírito, o Direito e a Justiça são preocupações dos Magistrados do Ministério Público, legítimas e devidas, mas que só “vigoram” até haver conflito com um qualquer interesse apadrinhado ou “político”. Quando assim é, o Magistrado do Ministério Público deve “baixar a bola” às “orientações superiores” e “políticas”, mesmo contra a Lei vigente, sob pena de o mesmo Magistrado ser ferozmente perseguido, de nada valendo invocar consciência jurídica, pois aí o que impera é a “hierarquia”, mesmo a estatutariamente ilegal.
O meu segundo “erro” fundamental foi acreditar no império do Estado de Direito democrático.
Foi acreditar que certos “direitos” constitucional e legalmente consagrados, como a liberdade de reunião pacífica e sem armas com quem quer que seja, nunca poderiam integrar ilícito, ainda que disciplinar, muito menos criminal.
Colidindo tais “direitos” com qualquer outro “interesse” apadrinhado ou “político”, o “sistema” do Ministério Público “revoga” os referidos “direitos” e transforma-os em ilícitos disciplinares e criminais.
O meu terceiro “erro” fundamental foi acreditar que os “direitos” consagrados constitucional e legalmente são protegidos atempadamente nos Tribunais.
Os Tribunais e os Juízes (com uma ou outra excepção) ainda vão reconhecendo os “direitos” elementares dos cidadãos, mesmo de Magistrados do Ministério Público perseguidos ferozmente pelo “sistema” - que cede a “interesses” apadrinhados ou “políticos” -, mas MUITO FORA DE PRAZO.
O “sistema”, quer o do consulado de Cunha Rodrigues, de Souto de Moura ou do agora homem de Porto de Ovelha, foi travado, pelos Tribunais, na sua perseguição feroz contra a minha pessoa, enquanto Magistrado, mas MUITO FORA DE PRAZO.
Um simples recurso de uma punição disciplinar de expulsão da Magistratura levou “APENAS” cerca de SEIS ANOS a ser decidido, embora me tenha dado razão.
O “sistema” do homem de Porto de Ovelha recorreu, contumazmente, para o Pleno da respectiva secção do contencioso administrativo (entretanto, os SEIS ANOS já passaram a SETE).
Quanto mais tempo terei de esperar, se não me matarem antes, depois de me levarem à falência?
Preciso URGENTEMENTE de um PADRINHO que tenha PODER dentro do “sistema” e que me defenda da perseguição feroz do “sistema”, agora o do homem de Porto de Ovelha.
Porque o “sistema”, agora o do homem de Porto de Ovelha, não desiste enquanto não me destruir, para dar o exemplo de que os Magistrados do Ministério Público só devem reivindicar “direitos” constitucional e legalmente consagrados, QUANDO A HIERARQUIA AUTORIZAR, e que nas suas funções só devem obediência à Lei e seu espírito, ao Direito e à Justiça SE, QUANDO E NA MEDIDA EXACTA DO QUE A HIERARQUIA AUTORIZAR.
A hierarquia do Ministério Público tem muito mais PODER DO QUE AQUELE QUE A LEI LHE CONCEDE e tem mais poder do que a própria LEI.
Preciso URGENTEMENTE de um PADRINHO que me defenda das consequências dos meus “erros”, designadamente o de ter acreditado que vivíamos num Estado de Direito democrático e que me poderia defender atempadamente de ferozes, soezes e ilegais perseguições do “sistema” – desde o de Cunha Rodrigues, passando pelo de Souto de Moura e agora o do homem de Porto de Ovelha - motivadas por RAZÕES POLÍTICAS e FORA DA LEI.
Porque só um PADRINHO me pode dar VOZ no “sistema” do Ministério Público, agora o do homem de Porto de Ovelha.
1 Comments:
Se o padrinho for mação, o do Porto de Ovelha baixa as orelhas.
Enviar um comentário
<< Home