O FERVOR RELIGIOSO E A REALIDADE HUMANA
“Na Primavera de 1212, um jovem pastor chamado Estêvão teve uma visão, na qual Jesus lhe aparecia disfarçado de peregrino e lhe entregava uma carta para o rei de França. O pequeno, que vivia numa vila francesa chamada Cloyes-sur-le-Loir, partiu a fim de entregar a carta. Enquanto caminhava sob o quente sol primaveril, contou sobre a sua missão a todos quantos encontrou. Em breve se encontrou rodeado por uma multidão de outras crianças, determinadas a segui-lo para onde tivesse de ir. Por fim, mais de trinta mil decidiram ir até Marselha, de onde esperavam viajar de navio até à Terra Santa. Aí contavam conquistar os muçulmanos através do amor e não da força das armas.
Ao chegarem a Marselha, foram colocados ao cuidado de mercadores que, ao verem uma oportunidade para lucros enormes, prometeram levá-los a Jerusalém mas, em vez disso, enviaram-nos para o Norte de África, onde foram vendidos como escravos nos mercados muçulmanos que negociavam na compra e venda de seres humanos. Poucos ou nenhuns regressaram. Nenhum chegou à Terra Santa.”
(In Breve História do Saber, de Charles van Doren, Edições Caderno – uma chancela de ASA Editores – pág. 148)
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