segunda-feira, março 16, 2020

SOBRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO…

«Nos últimos dois séculos, muito se tem falado e insistido na «liberdade de expressão». Devemo-nos congratular com esse facto. Tal corresponde, na sua essência e em termos gerais (independentemente, pois, do mau uso que, com frequência, se tem dado a esse direito), a um propósito perfeitamente definido pela Hierarquia Oculta do Planeta. «No entanto, e em contrapartida, verifica-se que ainda é posta muito pouca ênfase na questão da liberdade interior (liberdade de autodeterminação e de auto-edificação). Na verdade, muitos dos que clamam pela liberdade de se expressar jamais se perguntaram a si mesmos sobre a qualidade e o valor daquilo que pretendem exteriorizar e sobre o modo como nasceram ou como se formaram tais convicções, opiniões, gostos ou tendências. «Enquanto vos limitardes a aceitar e a reproduzir – irreflectidamente e sem quase dardes por isso – o que outros modelaram como critérios de conduta ou como padrões de pensamento e de crença, não sereis realmente livres. No aspecto mais importante, no momento mais crucial – o da ponderação, escolha e adopção de uma opinião ou de um sistema integrado de opiniões – outra coisa não fazeis para além da repetição cega e impensada (e, portanto, destituída de liberdade) de juízos e postulados que “outros” anteriormente formularam. Desse modo, sois conduzidos e condicionados de fora para dentro, do exterior para o interior. «Não deveis aceitar quem quer que seja como autoridade indiscutível e inibidora de procurardes, livre e imparcialmente, a Verdade, o Bem e a Justiça. As opiniões, as explicações e modelos mentais ou comportamentais de uma Igreja, de um partido, da Escola, do Estado ou dos vossos antepassados, podem merecer a vossa respeitosa consideração e atenção – mas não mais do que isso. Não podeis permitir que se substituam à vossa própria construção, ao vosso próprio entendimento do Universo, da Vida e de todas as suas manifestações. Sobretudo, deveis estar atentos para não acontecer que as coordenadas nas quais se pode mover o vosso livre pensamento estejam diminuídas e condicionadas por medos, por superstições, por juízos unilaterais, por pressupostos inquestionados (e que tantas vezes não resistiriam a uma ponderação clara e omnicompreensiva). Foi por causa desse condicionamento que erros graves de apreciação, condutas iníquas e domínios tirânicos, inverdades consagradas como realidades, e muitos outros fenómenos de obscurantismo se perpetuaram por longos períodos. «O que tenho vindo a dizer, entretanto, de forma alguma quer significar que a separatividade, a altivez e a arrogância individualista sejam comportamentos e posturas de vida aceitáveis. Muito pelo contrário: todos devemos permanecer com a humildade, o sentido de proporções e o respeito integral por todos, que nos permitam poder apreciar e, eventualmente, aproveitar de todas as opiniões. A verdadeira liberdade interior distingue-se nitidamente do insensato autoconvencimento e de perigosa auto-indulgência que, porém, vemos abundar no vosso mundo. Importa que não incorrais no exagero, tão frequente (e, regra geral, exibicionista e autocentrado) de dizer »mas…» antes mesmo de ser escutada (menos ainda, ponderada) a afirmação a que já se objecta. «As vossa opiniões não têm de ser, necessariamente, diferentes das dos outros; devem, sim, ter sido livremente feitas vossas, segundo a aferição do vosso ser profundo, e explicadas e compreendidas pelos vossos próprios argumentos e pela vossa própria experiência. «Meus amigos, confiai na Justiça do Amor Divino. A busca sincera da verdade e da correcção de conduta – tanto física como psicológica – está protegida pela própria ordem universal. Deus abençoa os que se questionam e procuram com uma justa motivação. Ainda que possais cometer erros de avaliação, se a vossa intenção for pura e isenta de egoísmo, o Amor Divino omnipresente se encarregará de vos reconduzir aos caminhos mais certos ou mais adequados, pelo que todo o engano será passageiro. Amai o Universo e todos os seres que nele se contêm – e a Verdade Universal se reflectirá e desvelará, progressivamente, dentro de vós.» - MAITREYA – 3 de Fevereiro de 1996 (In “AS NOVAS ESCRITURAS”, Vol. IV, “ENSINAMENTOS DE MAITREYA”, Centro Lusitano de Unificação Cultural, págs. 59 a 61) .- Victor Rosa de Freitas – Benavente, 16.03.2020

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