sexta-feira, abril 19, 2019

FOTÕES E GRAVITÕES…

«John abordou o problema de forma inteligente, indo direito ao cerne da questão e perguntando o que se queira dizer com “c” ser constante. Como já expliquei, quer-se dizer que a velocidade da luz é a mesma independentemente da sua cor, da velocidade da fonte que a emite ou do observador e de quando ou onde foi emitida ou observada. Mas o que é a «luz» nesta frase? Na formulação original de Einstein, luz era simplesmente aquilo a que se chama luz, não só luz visível, mas também qualquer outra forma de radiação electromagnética, como ondas de rádio, microondas ou radiação infravermelha. Todas estas radiações são o mesmo que luz visível, só que as suas frequências, ou cores, se situam fora da estreita gama a que chamamos «visível» por os nossos olhos lhe serem sensíveis.
«A luz é feita de partículas chamadas fotões, que obviamente se deslocam à velocidade da luz. O segundo postulado da relatividade afirma que esta velocidade é a mesma para todos os observadores: até uma vaca louca a perseguir um fotão o vê mover-se à velocidade da luz. Também não é possível travar um fotão até que ele fique em repouso. Não faz sentido nenhum falar numa caixinha de fotões. Os fotões existem porque estão em movimento. É por isso que se diz que os fotões têm massa ou energia em repouso nula. “Não têm massa”.
«Ora é aqui que está a subtileza. Quando a relatividade fala da velocidade da luz, refere-se à velocidade de qualquer partícula sem massa, não só do fotão. O fotão era a única partícula sem massa conhecida quando Einstein propôs a sua teoria da relatividade restrita, mas desde então foram descobertas outras, de que é exemplo o neutrino [NOTA DO AUTOR DO TEXTO: este assunto é actualmente controverso: há quem afirme existirem provas de que o neutrino tem uma massa de repouso maior do que zero.]. Outro exemplo é a própria gravidade, como Einstein viria a descobrir uns anos mais tarde. As partículas portadoras da força da gravidade chamam-se gravitões; segundo a teoria da relatividade, é possível produzir «luz gravítica» de várias cores, correspondendo a gravitões com diferentes frequências ou energias. O gravitão é a partícula da gravidade no mesmo sentido em que o fotão o é da luz. O segundo postulado da relatividade restrita parece obrigar a que tanto o gravitão como o fotão se desloquem à mesma velocidade (constante): “c”.
«(…)
«O gravitão é uma partícula de curvatura; afecta a estrutura do espaço-tempo e por isso faz sentido separá-lo das outras partículas sem massa.»
(In “MAIS RÁPIDO QUE A LUZ”, de João Magueijo, Clube do Autor, págs. 239 e 240)
- Victor Rosa de Freitas –

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