sábado, abril 13, 2019

OS MÍSTICOS E O OUTRO MUNDO…

«A palavra «místico» vem de “mystae”, da Grécia Antiga, onde certos indivíduos eram escolhidos para a iniciação em instituições designadas escolas dos Mistérios, que estavam associadas aos grandes templos públicos. Todos sabiam da existência destas escolas, mas só alguns tinham o privilégio de descobrir o que nelas era ensinado. Nestes recintos altamente secretos, os “mystae” eram educados e submetidos a uma série de testes extremos, que podiam envolver longos períodos de jejum e privação sensorial, exercícios espirituais e, às vezes, até drogas. O processo destinava-se a induzir experiências místicas.
«Os místicos eram capazes de trespassar o véu que mantém os seres espirituais inacessíveis à maioria das pessoas. Eram capazes de comunicar direta e conscientemente com as forças construtivas do Universo, as forças que, segundo o idealismo, controlam a parte mais importante de nós mesmos e do nosso ambiente.
«Veremos mais tarde que, no seu âmago, o conhecimento arcano que os iniciados obtinham era um conhecimento prático da manipulação da matéria pela mente que começava com a fisiologia humana. Os iniciados eram ensinados a gerar efeitos psicossomáticos no interior do corpo humano e depois a movimentar a matéria no exterior do corpo unicamente através do poder da mente. Eram por isso capazes de agir no mundo de formas vedadas à consciência normal do quotidiano. Podiam tornar-se profetas ou curandeiros, ou demonstrar outros dons extraordinários. Podiam dar origem a novas ideias nas artes, na filosofia e na ciência. Conheciam os algoritmos espirituais através dos quais a Mente Cósmica molda o mundo que nos rodeia. Às vezes, como veremos, sabiam-no com precisão matemática. Muitos dos grandes gregos e romanos, incluindo Sócrates, Platão, Esquilo, Píndaro, Ovídio, Virgílio, Séneca e Cícero, foram iniciados destas escolas.
«Então, como agora, alguns místicos atingiam estes estados alterados e as outras formas de conhecimento que com eles vinham através destas técnicas de iniciação, enquanto outros místicos nasciam simplesmente com a capacidade. Em “História Mística do Mundo”, aprenderemos com o testemunho de ambos os tipos de místicos. A história aqui contada é a história humana tal como foi relatada por pessoas com esta consciência alternativa ou superior, que são outras formas de conhecimento. Com base na sabedoria dos místicos ao longo dos séculos, incluindo Ibn Arabi, Hildegarda de Bingen, Rudolf Steiner e a notável mística moderna Lorna Byrne, tentei tornar claro o que os seres espirituais pretendiam com as suas intervenções na vida humana.
«Este livro é uma história visionária e, como digo, não posso provar nada dela. O que seria, é claro, impossível. Mas há muito que me dei conta de que, no tocante à experiência espiritual e mística, todas as grandes tradições religiosas se fundem. As experiências de um iogue nas florestas da Índia, de um dervixe no deserto árabe e de Lorna Byrne nos arredores de Dublin parecem ser notavelmente consistentes. Os místicos sufis falam de um Outro Mundo, de um lugar com realidade objetiva, mas ao qual se acede por via da imaginação. As pessoas podem entrar nele através de portais em muitas partes diferentes do globo, mas reúnem-se no mesmo local e encontram os mesmos seres espirituais.»
(In “História Mística do Mundo”, de Jonathan Black, Alma dos Livros, págs. 17 e 18)
- Victor Rosa de Freitas -

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