quarta-feira, julho 31, 2019

SOBRE “OS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DE SIÃO” - segundo Jason Stanley, e na ótica do Dr. Freitas…

«As teorias da conspiração são um mecanismo essencial utilizado para retirar credibilidade aos meios de comunicação dominantes, que os políticos fascistas acusam de ser tendenciosos por não cobrirem falsas conspirações. Aquela que é talvez a mais famosa das teorias da conspiração do século XX tem que ver com “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, que estiveram na base da ideologia nazi. “Os Protocolos” são uma farsa do início do século XX, tendo supostamente sido escritos como um manual de instruções para os judeus conspirarem para alcançarem o domínio mundial. Os estudiosos descobriram que se trata de um plágio livre de um livro de Maurice Joly publicado em 1864. “A Dialogue in Hell Between Machiavelli and Montesquieu”, uma sátira política encenada como um debate no inferno entre Montesquieu, que é apologista do liberalismo, e Maquiavel, que é apologista da tirania. Os argumentos de Maquiavel a favor da tirania são transformados, em “Os Protocolos”, em argumentos defendidos pelos «anciãos de Sião», que supostamente, são líderes judeus determinados a dominar o mundo. Ao que parece, foi publicado pela primeira vez como anexo ao livro de 1905 do autor russo e místico religioso Sergei Nilus, “The Anti-Christ”. Em 1906, foi publicado em fascículos num jornal de São Petersburgo, sob o título «The Conspiracy, or The Roots of the Disintegration of European Society». Em 1907, surgiu na forma de um livro publicado pela Sociedade de São Petersburgo para os Surdos e Mudos. Durante a década de 1920 vendeu milhões de cópias em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos, onde o fabricante de automóveis Henry Ford produziu em massa e distribuiu meio milhão de cópias em 1925.
«De acordo com “Os Protocolos”, os judeus estão no centro de uma conspiração global que controla os meios de comunicação dominantes mais respeitados e o sistema económico global, utilizando-os para disseminar a democracia, o capitalismo e o comunismo, todos eles máscaras para os interesses dos judeus. Os líderes nazis mais importantes e influentes, incluindo Hitler e Goebbels, acreditavam firmemente que esta teoria era verdadeira. Em todos os escritos nazis, podemos encontrar denúncias contra a «imprensa judaica» por não denunciar ou sequer referir a conspiração judaica internacional.»
(In “COMO FUNCIONA O FASCISMO”, de Jason Stanley, VOGAIS, págs. 64 e 65)
BREVE COMENTÁRIO MEU:
Apesar do que diz o autor do livro de onde foi extraída a presente citação, há que ponderar que:
- os judeus sempre se sentiram, religiosamente – e por que não?, politicamente -, o «povo eleito de Deus»;
- depois, sendo verdade que os judeus nunca trabalharam no sistema económico produtivo, mas apenas em atividades intelectuais ou especulativas e que são conotados como os «grandes banqueiros do mundo»;
- se aditarmos a isso que o sistema bancário e financeiro, a nível global, é uma gigantesca FRAUDE – a banca é a grande responsável pela emissão da moeda que circula (cerca de 95%, numa estimativa por baixo) -, com a banca a “emprestar” dinheiro (os referidos 95%) feito do NADA e que os “empréstimos” são pagos com dinheiro oriundo da produção económica real (os restantes 5%);
- será de toda a lógica concluir que o dinheiro que circula, a longo prazo, vá parar à mãos dos banqueiros e dos manobradores do sistema financeiro.
PODEMOS, assim, pois, pôr em causa a afirmação de que “Os Protocolos dos Sábios de Sião” são uma mera «teoria da conspiração» sem qualquer relação com a realidade.
Disse!
- Victor Rosa de Freitas –


on-line
Support independent publishing: buy this book on Lulu.