terça-feira, julho 30, 2019

A CORRUPÇÃO FASCISTA…

«É difícil promover, em termos simples, uma política que irá prejudicar um grande grupo de pessoas. O papel da propaganda política é ocultar os objetivos claramente problemáticos dos políticos ou dos movimentos políticos, encobrindo-os com ideais que são amplamente aceites. Uma guerra pelo poder perigosa e desestabilizadora transforma-se numa guerra cujo objetivo é a liberdade. A propaganda política recorre à linguagem dos ideais virtuosos para unir as pessoas em relação a fins que, de outro modo, seriam questionáveis.
«(…)
«Os movimentos fascistas têm «drenado pântanos» durante gerações. Publicitar acusações de corrupção falsas enquanto se envolvem em práticas corruptas é típico da política fascista, e é frequente as campanhas contra a corrupção estarem no centro dos movimentos políticos fascistas. Os políticos fascistas censuram a corrupção no Estado que procuram controlar, o que é bizarro, tendo em conta que eles próprios são, invariavelmente, muito mais corruptos do que aqueles que procuram suplantar ou derrotar. Como o historiador Richard Grunberger afirma no seu livro, “The 12-Year Reich”:
«”Trata-se de uma situação paradoxal. Tendo convencido a consciência coletiva de que democracia e corrupção eram sinónimos, os nazis dedicaram-se à construção de um sistema governamental ao lado do qual os escândalos do regime de Weimer pareciam pequenas imperfeições na estrutura política. Na verdade, a corrupção era o princípio organizador central do Terceiro Reich – e no entanto, um grande número de cidadãos não só ignorou este facto como, na verdade, considerou que os homens do novo regime se dedicavam severamente à probidade moral.”
«Para o político fascista, a corrupção tem realmente que ver com a corrupção da pureza e não com a corrupção da lei. Oficialmente, as denúncias de corrupção do político fascista soam como uma denúncia de corrupção política. Mas esse tipo de declarações destina-se a evocar a corrupção no sentido da usurpação da ordem tradicional.»
(In “COMO FUNCIONA O FASCISMO”, de Jason Stanley, VOGAIS, págs. 33, 34 e 35)
- Victor Rosa de Freitas –

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