quinta-feira, julho 13, 2006

O DIREITO, A LIBERDADE E O LIBERALISMO

"ABANDONANDO toda e qualquer fraseologia, estudemos cada idéia em si mesma e esclareçamos a situação com comparações e deduções.
Formularei, portanto, o nosso sistema do nosso ponto de vista e do ponto de vista dos cristãos.
É preciso ter em vista que os homens de maus instintos são mais numerosos que os de bons instintos.
Por isso se obtém melhores resultados governando os homens pela violência e o terror do que com discussões acadêmicas.
Cada homem aspira ao poder, cada qual, se pudesse, se tornaria ditador; ao mesmo tempo, poucos são os que não estão prontos a sacrificar o bem geral para conseguir o próprio bem.

Quem conteve as feras chamadas homens?
Quem os guiou até agora?
No princípio da ordem social, submeteram-se à força bruta e cega, e mais tarde, à lei, que é essa força mascarada.
Concluo, pois, de acordo com a lei da natureza, que o direito reside na força.
A liberdade política é uma idéia e não uma realidade.
É preciso saber aplicar essa idéia, quando for necessário atrair as massas populares ao seu partido com a isca duma idéia , se esse partido formou o desígnio de esmagar o partido que se acha no poder (nota: ex: Rev. Francesa).
Esse problema torna-se fácil, se o adversário recebeu esse poder da idéia de liberdade, do que se chama liberalismo, e sacrifica um pouco de sua força a essa idéia.
E eis onde aparecerá o triunfo de nossa teoria: as rédeas frouxas do poder serão logo tomadas, em virtude da lei da natureza, por outras mãos porque a força cega do povo não pode ficar um dia só sem guia, e o novo poder não faz mais do que tomar o lugar do antigo enfraquecido pelo liberalismo."


(“Os Protocolos dos Sábios de Sião”, Capítulo I)

3 Comments:

Blogger Biranta said...

Estou em total desacordo, em oposição mesmo, à ideia de que "os homens de maus instintos são mais numerosos que os de bons instintos".
Aliás, num outro post acima, o meu amigo diz que Deus criou o Mundo de si mesmo e não do nada... Essa é uma ideia de Deus, particular (não coincidente com a doutrina da Igreja), que não me choca, bem pelo contrário. Também eu tenho, dessas coisas, ideias muito pessoais que nunca ouvi a ninguém (e farto-me de ler conceitos e teorias diferentes entre si), que nunca disse e que também não vou explicar aqui e agora.
No entanto (e embora eu reconheça a existência duma certa ORDEM, de REGRAS, que transcendem os seres humanos) sou de opinião de que foi o Homem que "criou" Deus (à sua imagem e semelhança) e não o contrário. O que quero dizer é que, a meu ver, o que quer que seja que nos transcende nada tem a ver com as doutrinas existentes; isto é: nada tem a ver com as ideias e teorias "criadas" acerca de Deus... É, tão só, a minha opinião que, para o caso em apreço, não interessa nada.
A questão aqui é outra: é que, se Deus criou o Mundo de Si próprio e o Homem como ser de eleição nesse Mundo (só pode ser o Homem, porque não há outro...), então não pode ser verdade que "os homens de maus instintos são mais numerosos que os de bons instintos"; nem tal se pode afirmar sem ofender, profundamente (e injustamente?) o próprio Deus.
Por acaso é mesmo a existência deste tipo de "ideias" misatropas e disparatadas (primárias e ignorantes, no essencial, a meu ver) que me faz concluir o que acima disse acerca da existência de Deus e do que se diz...
O problema, aqui, é que cada um não consegue se libertar dos seus defeitos e limitações, das suas concepções, etc. quando emite opiniões.
Por acaso, eu acho que, nem Deus nem os Homens (no seu conjunto) estão condicionados pelos conceitos ou entendimento de cada um... graças a Deus.
Mas a questão que me leva a escrever este comentário é outra:
Por um lado, é inegável que TODOS os homens têm defeitos e virtudes. Um dos maiores filósofos do século passado dizia que: "quando se avaliam as pessoas, tem de se ter em conta o peso relativo dos defeitos e virtudes, dos falhanços e dos êxitos"... Eu concordo inteiramente.
É inegável que existem pessoas em cujas as virtudes se sobrepõem aos defeitos e vice-versa. Mas, a meu ver, o número das primeiras é muito, muito, superior ao das segundas. Porém, como todas as pessoas têm defeitos, basta sobrevalorizar esta faceta e já chegamos a conclusão diferente, embora incorrecta, em bom rigor...
Aliás, sendo o meu amigo profissional da justiça, certamente perceberá que só faz sentido tipificar crimes e punir crimes porque estes "comportamentos" não são a regra...
Mas os homens são também (na esmagadora maioria são-no principalmente) "produto do meio em que são criados, onde vivem".
Aquele filósofo que referi acima preconizava, ainda, que a melhor e mais eficiente estratégia para mobilizar as pessoas e para trabalhar em equipa, para ser justo e eficiente na apreciação dos outros é "valorizar e mobilizar os seus êxitos e virtudes" e não dar importância aos seus defeitos e fracassos.
(Nem o meu amigo imagina quantas vezes eu me socorro destes ensinamentos, na vida real, para refrear os ímpetos de algumas pessoas que dão importância demais a coisas triviais... prejudicando-se e prejudicando os outros com essas atitudes primárias...)
O que disse acima leva-nos a concluir que: coisa bem diferente é a questão das "lideranças", porque elas condicionam, em absoluto, "a qualidade" do meio "em que somos criados, onde vivemos, que nos limita" que nos rodeia. Condicionam-no de todas as formas e até pelo exemplo. Mas condicionam-no, principalmente, pela forma como exercem a sua acção de governar, pela forma como se comportam, como mobilizam as pessoas, como valorizam as virtudes ou os defeitos... (na nossa sociedade valorizam-se e recompensam-se "os defeitos").
Para terminar, porque isto já vai muito longo, a imagem que o meu amigo tem das pessoas (que muita gente partilha) é o reflexo da acção dos líderes (que são péssimos); é o reflexo do mau carácter desses mesmos líderes; é o reflexo das condicionantes impostas pela péssima acção dos líderes, na sociedade. É assim, sobrevalorizando os defeitos e reprimindo, estrangulando, as virtudes, que se consegue uma sociedade onde parecem predominar os maus instintos...
Se os líderes fossem adequados e dignos, a coisa seria bem diferente e os nossos problemas poderiam ter solução; ou, se preferir, a "obra" de Deus poderia revelar-se em todo o seu esplendor....
Porém, só poderemos lutar por soluções e chegar às soluções se soubermos como e se soubermos, tivermnos a certeza de que existem... Além de que essas ideias falsas são muito úteis para perpetuar o domínio dos maus, porque nos impedem de "encontrar o caminho"... Resumindo: para além da má acção dos líderes, o outro factor que mais nos "condiciona" é a manipulação... Essa ideia que expressa e com que eu não concordo é uma boa forma de manipulação, inibidora das nossas virtudes sociais... Não concordo que os maus instintos sejam predominantes, entre os homens, mas reconheço que são muito raros os que se conseguem subtrair aos efeitos da manipulação, (das ideias erradas e empíricas) ela sim, um grande empecilho.
Desculpe qualquer coisinha...

7:04 da tarde  
Blogger victor rosa de freitas said...

Caro Biranta:

As frases que comenta, e a meu ver bem, não são da minha autoria,nem as perfilho. São apenas uma citação d'"Os Protocolos dos Sábios de Sião" - obra que, defende-se hodiernamente, ter sido forjada apenas com intuitos anti-semitas - e que foi abraçada e citada pelo próprio Hitler no seu "Mein Kampf" para construção da sua odiosa ideologia do Holocausto. Tal citação dessa obra, pela minha parte, tem apenas o intuito de levar a discutir o tema e as premissas em que assenta, como aliás o meu amigo faz. Mas reflecte bem, como o meu amigo afinal reconhece, que ainda hoje, os governantes do Mundo actuam como se ela transmitisse a verdade e baseiam-se nela para definir os destinos do Mundo, enquanto nos (des)governam. Obrigado pelo seu contributo, que me levou aos esclarecimentos que acabo de fazer quanto à minha posição.

6:45 da tarde  
Blogger Biranta said...

Também eu agradeço a oportuna e esclarecedora resposta.
Peço desculpa da minha imprecisão!

12:56 da tarde  

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