terça-feira, maio 02, 2006

CONDENAÇÃO À MORTE E PROMESSA

"Aos seus amigos, que estavam tristes por perderem semelhante homem, disse [Cano]: «Porque estão tristes? Vocês interrogam-se se a alma é eterna. Eu vou sabê-lo em breve». Até ao fim não deixou de perscrutar a verdade e de fazer da sua morte tema de discussão. O seu mestre de filosofia acompanhava-o, e quando já estava muito longe do túmulo em que se fazia o sacrifício diário ao nosso deus, o César, perguntou-lhe: «Cano, em que estás a pensar? Qual é o teu estado de espírito?». Cano respondeu: «Tenho a intenção de observar, naquele instante velocíssimo, se consigo sentir a alma a sair do meu corpo». E prometeu ainda que, se descobrisse alguma coisa, haveria de voltar para os seus amigos e revelar-lhes qual a condição das almas".
(Séneca (séc. I d.C.), "Da Tranquilidade da Alma", XIV, 8-9)
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