Os meus "processos de beatificação e canonização"
Como todos os frequentadores deste blogue bem sabem, em 1993, enquanto Delegado do Ministério Público, dei um despacho a ordenar a detenção de um burlão qualificado, para interrogatório judicial.
Como não pedi “autorização” à Santa Hierarquia do Ministério Público para o fazer, fui acusado, primeiro de ter dado um despacho para “beneficiar um amigo” e aplicaram-me a pena de “demissão”, depois - porque anulada esta pena pelo STA -, por ter dado o despacho demasiado “depressa” e, assim, ter violado o “grande princípio da igualdade” e aplicaram-me, pelos mesmos factos e no mesmo processo, a pena de “aposentação compulsiva”.
Entre tal despacho (em 1993) e a anulação da pena de “demissão”, com trânsito em julgado, passaram “somente” 15 anos. Ao fim destes 15 anos, aplicaram-me a pena de “aposentação compulsiva”.
Entretanto, depois do despacho, fui promovido, por antiguidade e mérito e estive a exercer funções durante cerca de 10 anos.
Desde 1993, pois, encontra-se a correr o meu “processo de beatificação”.
Tenho que demonstrar que sou “beato” para exercer funções.
Na magistratura não posso porque a pena de “aposentação compulsiva” executa-se logo, embora esteja ferida de NULIDADE que não produz legalmente qualquer efeito jurídico (diz a Lei portuguesa, que não passa de uma mera “opinião”) e que se encontra invocada no STA, em acção especial de impugnação a correr termos.
Na advocacia também não porque enquanto não provar que sou “beato” a Ordem dos Advogados não me dá a cédula profissional a que tenho direito.
A “santa madre” PGR e a “santa madre” Ordem dos Advogados não há meio de concluírem o meu “processo de beatificação”, ou melhor, vão para além deste “processo” pois agora exigem outro: que eu prove que sou “santo” pelo que se abriu um “processo de canonização”.
Como quer a “santa madre” PGR, quer a “santa madre” Ordem dos Advogados não têm um “Papa”, nunca tal processo terá fim.
E eu que me foda!
São assim os “processos de beatificação e canonização” seculares em Portugal, um paíseco de escroques e bandidos à frente de instituições que deveriam actuar no sector da “justiça”.
Portugal vai à falência?, com ou sem “troikas” exteriores?
Certamente!
Porque as autoridades seculares querem imitar as “coisas sagradas” e não sabem sequer o mínimo das coisas seculares.
Como se vê pelos meus “processos de beatificação e de canonização” usurpados abusivamente pela “santa madre” PGR e pela “santa madre” Ordem dos Advogados.
O problema de portugal é que está cheio de filhos-de-puta esquizofrénicos a mandar e que se julgam “beatos” e “santos” e que exigem – pobres escroques ignorantes – que os outros o sejam e não que sejam, como toda a gente de bem, cidadãos normais - o que eles não são.
Essa é que é a pura da VERDADE!
Disse!
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