A FELICIDADE…
«O que queremos dizer com felicidade? Alguns afirmarão que consiste em conseguirmos o que desejamos. Se quer um carro e o compra, fica feliz. Eu quero um sari ou roupas, quero ir à Europa, e se o conseguir, fico feliz. Quero ser o maior político, e se o for, fico feliz; se não, fico infeliz. Então, aquilo a que chamamos felicidade é atingirmos o que desejamos, quer seja conquista ou sucesso, tornarmo-nos nobres, obtermos tudo o que queremos. Desde que queiramos algo e o consigamos, sentimo-nos perfeitamente felizes; não ficamos frustrados. Mas se não alcançarmos o que desejamos, então, a infelicidade inicia-se. Estamos todos preocupados com isto, e não apenas os ricos ou os pobres. Ambos querem igualmente obter algo para si, para a família, para a sociedade, e se forem impedidos ou detidos, ficam infelizes. Não estamos a discutir nem a dizer que os pobres não devem ter o que querem. Não é esse o problema. Estamos a tentar descobrir o que é felicidade e se a felicidade é algo de que temos consciência. Será felicidade o momento em que estamos conscientes de que somos felizes, de que temos muito? O momento em que estamos conscientes de que somos felizes não é felicidade, pois não? Então, não podemos ir atrás da felicidade. No instante em que temos consciência de que somos humildes, não somos humildes. Deste modo, felicidade não é algo a ser perseguido; ela surge. Mas se a procurar, ela esquivar-se-á.»
(In “O QUE ESTÁS A FAZER COM A TUA VIDA?”, de J. Krishnamurti, Cultura Editora, págs. 21 e 22)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 08.04.2020
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