A NOSSA CONFUSÃO E COMO AGIR…
«Os nossos desejos, opiniões, crenças e ambições são tão fortes, e estamos tão oprimidos por eles, que somos incapazes de olhar para o facto.
«Assim, o facto mais a opinião, o julgamento, a avaliação, a ambição, e tudo o resto, geram confusão. E será que, confusos, podemos não agir? Decerto, qualquer ação nascida da confusão deve conduzir a mais confusão, mais tumulto, tudo coisas que reagem com o corpo, com o sistema nervoso, e produzem doenças. Estarmos confusos, reconhecê-lo, requer não coragem, mas uma certa clareza de pensamento e de perceção. A maioria de nós tem medo de reconhecer que está confusa; portanto, a partir da nossa confusão, escolhemos líderes, professores e políticos. E quando escolhemos algo a partir da nossa confusão, essa escolha deve ser confusa e, por isso, o líder também deve ser confuso.
«(…)
«É possível, então, estarmos cientes da nossa confusão, conhecermos a sua causa e não agir? Quando a mente confusa age, só pode produzir mais confusão. Mas uma mente ciente de que está confusa e que entende este processo da confusão não precisa de agir, porque essa clareza é a própria ação. Acho que isto é bastante difícil para a maioria das pessoas compreender porque estamos habituados a agir, a fazer…»
(In “O QUE ESTÁS A FAZER COM A TUA VIDA?”, de J. Krishnamurti, Cultura Editora, págs. 98 e 99)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 16.04.2020
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