A EVOLUÇÃO DA NOSSA HUMANIDADE…
«A evolução do que é hoje a nossa Humanidade começou ainda num outro Cosmos, já entretanto dissolvido, e prosseguirá algures – daqui a muitos milhares de milhões de anos – num Cosmos ainda por formar.
«Se isto parece um caminho infindável e penoso, cabe-nos dizer, antes de tudo, que, ao contrário do que sustenta a ortodoxia do Cristianismo e os sectores maioritários do Islamismo, ninguém se perde no Caminho, embora se possa atrasar e desviar temporariamente; que, nesse lapso imenso de tempo, só uma pequena fracção é passada em encarnação num mundo tão denso e agreste como este em que vivemos, Lembremos, aliás, que após cada período de actividade ou de Manifestação (ou Manvantara), há sempre um correspondente período de abstracção e repouso (um Pralaya). Há, contudo, um outro ponto da maior importância a ter em conta: a etapa humana é, em muitos aspectos, a mais difícil e sofrida. O ser humano tem, evidentemente, uma capacidade de sofrimento, tanto físico como moral, que não tem paralelo no Reino Mineral ou no Reino Vegetal; mesmo os animais, ainda os superiores, não possuem um sistema nervoso tão refinado e sensível, nem uma mentalidade tão definida como a dos homens, mentalidade essa que, pelas suas cogitações e preocupações, tanta vezes amplia e agiganta (e até inventa) dores e sofrimentos. Não tem, todavia, a capacidade de polarização nos níveis transpessoais, que neutralizam o sofrimento individual, próprio, pessoal, ou que, pelo menos, se lhe sobrepõem. Entretanto, ultrapassada a fase humana, a dor e a limitação pessoal, que nos oprimem e angustiam, por vezes tão duramente, ficam definitivamente para trás, volvidas em compaixão por tudo quanto existe; e patamares cada vez mais excelsos de glória e bem-aventurança vão sendo sucessivamente galgados pelos deuses que na realidade somos, no nosso âmago, no nosso íntimo.»
(In “ALEXANDRIA E O CONHECIMENTO SAGRADO”, de José Manuel Anacleto, colecção aletheia, 3ª edição, pág. 57)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 14.02.2020
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