segunda-feira, abril 29, 2019

A ESCOLA DE ATENAS - DE RAFAEL SANZIO (1510)…

«Quando Miguel Ângelo estava no meio da sua pintura do teto da Capela Sistina em 1510, outro artista renascentista, Rafael, recebeu uma encomenda do Papa Júlio II para pintar os frescos do palácio papal no centro do Vaticano, representando os ramos do conhecimento. A obra mais célebre das quatro, “A Escola de Atenas”, representa anacronicamente alguns filósofos gregos que viveram em diferentes eras centenas de anos antes de Cristo. No centro da pintura, embrenhados em conversa, encontram-se Platão e o seu aluno, Aristóteles. Embora os historiadores desconhecessem a intenção de Rafael, a descrição de Platão e Aristóteles embrenhados em discussões filosóficas num palácio de iconografia religiosa é significativo, visto sabermos que muito do que tem sido discutido em relação à mente, à psique, à alma e à essência de quem somos se tem resumido às duas perspetivas propostas por Platão e Aristóteles.
«No quadro, Platão idoso, apresentado com uma longa barba grisalha, traz o seu livro, “Timeu”, que debate a relação dos seres humanos com o mundo físico e o pensamento filosófico ao longo de vários milénios. O seu vibrante aluno, Aristóteles, caminha a seu lado, empunhando um exemplar da sua obra, “Ética a Nicómaco”, um tratado de como as vidas dos homens foram indelevelmente influenciadas pelos céus. Platão parece apontar para os céus, enquanto o gesto de Aristóteles parece dirigir-se à Terra. Crê-se que esses gestos representam a essência das suas filosofias, nomeadamente que Platão acreditava num mundo de existência dualista, enquanto as crenças de Aristóteles se focavam no tangível. Os dois podiam muito bem ter estado a discutir o tema da mente humana, da psique ou da «alma», e, possivelmente, o próprio pós-vida, já que quase todas as ideias que têm sido debatidas sobre esses assuntos ao longo dos milénios até hoje se baseavam nas conversas e debates de Platão e Aristóteles, a par das obras de muitos dos outros filósofos da Escola de Atenas.»
(In “APAGAR A MORTE”, de Dr. Sam Parnia com Josh Young, Pergaminho, págs. 175 e 176)
- Victor Rosa de Freitas –

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