HUMINT – A «inteligência» humana…
«A «inteligência» humana – HUMINT
– tem estado entre nós desde o início. Os espiões são o cerne dos serviços de
informação desde tempos imemoriais. Ao passo que a recolha de dados através da
interceção de sinais de comunicação existe há pouco mais de um século; a
obtenção de informação através de imagens aéreas há apenas cem anos; e os
serviços de deteção eletrónicos há cerca de sete décadas, a «inteligência»
humana – espiões e a espionagem – representa a mais antiga forma de aquisição
de informações – assim como a mais numerosa. Da Suméria às primeiras páginas
dos jornais do dia de amanhã, da guerra total ao roubo de segredos comerciais,
existirão sempre espiões. Espiar representa confiar e trair, esperança e medo,
amor e ódio. Espiar para recolher informações acerca do «outro» é algo eterno,
desde sempre centrado em pessoas e personalidades. Por esse motivo, temos,
entre outras, a espionagem familiar, a espionagem financeira e espionagem entre
nações.
«Aquilo que um espião faz
consiste, acima de tudo, em identificar “intenções” de um modo que métodos
mecânicos dos serviços de informação frequentemente não conseguem fazer, dado
que saber quais são os intentos do outro acaba por ser vital. Os serviços de
informação foram sempre mais do que uma mera «contagem de feijões»: quantos
tanques? Quantos terroristas? Um requisito fundamental, uma vez identificadas
as capacidades de um adversário consistirá em saber «o que é que ele pretende
fazer». Este requisito básico da «inteligência» nunca está fora de moda, pelo
que um espião com capacidade de obtenção de dados, e que tenha sido recrutado
por quaisquer meios, terá sempre a sua quota-parte no desempenho do
fornecimento da resposta. Operacionais dispersos pelo mundo, até enquanto estas
linha são lidas, tentam diariamente persuadir indivíduos com meios de acesso a
informação para que se tornem traidores, usando para tal métodos tão velhos
quanto o tempo para os encorajar ou coagir a fazê-lo.
«A «inteligência» humana é um
campo muito vasto. É muito mais do que apenas espiões e fantasias de James
Bond. Para começar, há muitas formas de HUMINT: desde interpelar desertores e
refugiados até interrogar prisioneiros de guerra, passando por agentes em ação
atrás das linhas inimigas e por requintadas e discretas trocas no tocante à
política diplomática em festas e “cocktails”. Como o próprio nome indica,
HUMINT significa lidar com a mais traiçoeira, falível e não confiável fonte de
informação de todas: os seres humanos.»
(In “A HISTÓRIA DA ESPIONAGEM E O
MUNDO DOS SERVIÇOS SECRETOS E DE INFORMAÇÃO”, de John Hughes-Wilson, Marcador,
págs. 89 e 90)
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