quinta-feira, maio 07, 2015

A CULTURA OCIDENTAL E A ESQUERDA CAVIAR...


«Reconhecer a superioridade da cultura ocidental é etnocentrismo e preconceito para a esquerda caviar. Os moderninhos estão acima dessa disputa infantil, desse Fla x Flu. Eles são o futuro, aberto a todos, sem distinção entre Suíça e Paquistão, Austrália e Arábia Saudita, Nova Zelândia e Irão. São «apenas diferentes»; ninguém é melhor do que ninguém.
«A italiana Oriana Fallaci, em desabafo após o atentado de 11 de setembro e a reação covarde de boa parte do Ocidente, escreveu "The Rage and the Pride", livro em que denunciou uma «cruzada reversa» para destruir tudo o que a nossa civilização construiu. Ela reconhecia aquilo que Samuel Huntington apontou num seu livro clássico: um choque de civilizações em curso.
«Uma parte da raiva da autora é dedicada aos que tentam analisar tudo pelo prisma de «diferenças culturais» apenas (...). Fallaci refresca a memória dos leitores a respeito do atraso e da barbárie que tal «civilização» representa. Questiona qual a grande contribuição ao mundo que veio de lá, citando Copérnico, Galileu, Newton, Darwin, Pasteur e Einstein do «lado de cá», nenhum deles seguidor do «profeta».
«O motor, o telégrafo, a luz elétrica, a fotografia, o telefone, o rádio, a televisão, o computador, nada foi inventado por um aiatola da vida, mas pelos ocidentais. O comboio, o automóvel, o avião, o helicóptero e as aeronaves, tudo criação ocidental. Os transplantes de coração e pulmão, as curas para alguns tipos de cancro, a descodificação do genoma, tudo que é avanço medicinal, nada fruto dos seguidores de Alá.
«É verdade que, nos remotos tempos medievais, o Islão foi capaz de produzir alguns filósofos importantes, que beberam da fonte grega ocidental. Eram os casos de al-Farabi e Avicena, influenciados por Platão e Sócrates. Estamos a falar, entretanto, dos séculos X e XI, muito distantes no tempo.
«Muito se fala da «era de ouro» do Islão, mas há muitos mitos nisso. Rosa Wilder Lane, em "The Discovery of Freedom", chega a incluir os sarracenos nas importantes tentativas de luta contra a autoridade arbitrária. Houve, de facto, um período de relativa paz sob o Islão. Uma «paz» passageira, porém, que não deixou de tratar cristãos e judeus como cidadãos de segunda e terceira classes. Sem falar de vários massacres de judeus ocorridos nessa mesma época «dourada».
«Em 1453, o símbolo do cristianismo no Bizâncio, a cidade de Constantinopla, foi tomada pelos otomanos. Uma Europa dividida entre si, sem condições para formar uma coligação contra o inimigo comum, acabaria derrotada. O exército conquistador partiu então para a pilhagem irrestrita, e matou todos que lhe cruzaram o caminho, incluindo mulheres e crianças, escravizando o restante.
«A cultura bizantina, que durante mais de um milénio existira no Bósforo, tinha Constantinopla como cidade na qual o intelecto era admirado e o pensamento clássico, estudado e preservado. Tudo isso tinha acabado com a vitória dos turcos otomanos. A nova classe dominante desencorajava o estudo entre os seus súbditos cristãos. O Islão acabou optando por se fechar, por rejeitar a liberdade e a independência dos pensadores e dos cientistas. O abismo entre o progresso ocidental e o atraso islâmico, desde então, salta aos olhos de todos.»
(In "ESQUERDA CAVIAR", de Rodrigo Constantino, ALETHEIA, págs. 337 a 339)
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