COMO SER (UMA ALMA) LIVRE…
«Os Bosquímanos, povo indígena sul-africano, utilizam alegadamente uma táctica muito engenhosa para encontrar água. Nas regiões desérticas há muito habitadas pelos Bosquímanos – crê-se que são a estirpe mais antiga da Humanidade ainda existente -, a água é escassa e difícil de encontrar na estação seca. Mas há uma criatura que consegue sempre localizar as nascentes e lagoas mais escondidas: o babuíno. Então, os Bosquímanos levam os babuínos a mostrar-lhes onde está a água, colocando algumas das suas nozes favoritas dentro de uma árvore oca. A abertura desta armadilha tem o espaço suficiente apenas para o babuíno enfiar a sua pata lá dentro. Quando estica o braço e agarra um punhado de nozes, já não o consegue retirar. O babuíno é demasiado guloso para abrir mão das nozes, por isso fica aprisionado. As horas vão passando, até que o animal fica demasiado sequioso. Então ele larga as nozes e corre imediatamente à procura de água, sendo seguido por bosquímanos escondidos. Involuntariamente, o babuíno transforma-se no seu guia.
«Existe aqui uma moral relacionada com a alma. Enquanto o babuíno permanece agarrado ao objecto do seu desejo, está preso. Mas assim que o larga, ganha a sua liberdade. Enquanto nós estivermos agarrados àquilo que é «nosso», não podemos ser livres. A nossa alma não é um objecto que possamos agarrar e possuir. Apanhados na armadilha dos Bosquímanos, só podemos ganhar a nossa liberdade se abrirmos mão, se deixarmos ir. O mistério da alma ilimitada está envolto nestas duas questões: o quão livres queremos ser e como é que deixamos ir.»
(In “REINVENTAR O CORPO, DESCOBRIR A ALMA”, de Deepak Chopra, Pergaminho, págs. 178 e 179)
- Victor Rosa de Freitas –
Benavente, 28.11.2019
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