sexta-feira, fevereiro 15, 2019

O RACIOCÍNIO INDUTIVO PODE LEVAR A GRANDES ERROS…

«Todas as pessoas aplicam o raciocínio indutivo constantemente, o qual nos ajuda, em regra, a tomar decisões corretas com base numa quantidade relativamente pequena de dados. Imaginemos que nos pedem que completemos a seguinte frase: «Shakespeare foi um ______ com um talento sem igual.» A maioria das pessoas responderá provavelmente «dramaturgo» e com toda a razão. Embora não haja nada de ilógico se a frase for completada com «cozinheiro» ou «jogador de cartas», o mais provável é que a palavra pretendida fosse mesmo «dramaturgo». O raciocínio indutivo é o que nos permite aplicar a nossa experiência acumulada para resolver problemas através da escolha da resposta mais provável. À semelhança dos jogadores de xadrez experientes, não analisamos normalmente todas as respostas lógicas possíveis. Optamos antes pela que nos parece mais provável. Trata-se de uma componente essencial da nossa cognição. O psicólogo Daniel Kahneman descreveu assim o processo: “Não podemos viver num estado de dúvida perpétuo e, por isso, construímos a melhor história possível e vivemos como se essa história fosse verdadeira”. No entanto, como o raciocínio indutivo implica a realização de conjeturas probabilísticas, também significa que por vezes resulta em erros e, pontualmente, em “grandes” erros.»
(In “Erros Geniais que Mudaram o Mundo”, de Mario Lívio, MARCADOR, pág. 150)
COMENTÁRIO MEU:
Como, a nível de “justiça”, as “provas” – que muitas vezes não passam de “indícios” – são apuradas através de ilações indutivas, ou “provas indiretas” – de um facto conhecido afirma-se, através do raciocínio indutivo, um facto desconhecido -, imagine-se a quantidade de ERROS – e GRANDES erros - que aquela pode cometer, e COMETE mesmo, todos os dias, nos seus “julgamentos”.
- Victor Rosa de Freitas –

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