O PROCURADO MESTRE…

«Quando falta alimento, a mente não se anima com filosofias. Quando a sobrevivência é árdua, a síndrome predador-vítima prevalece sobre a arte de pensar. Will Durant, o famoso historiador da filosofia, sabia-o muito bem. Para justificar o facto de os Estados Unidos não terem uma filosofia madura, complexa e extensa como os países da Europa, Durant defendeu a tese de que a Inglaterra demorara oitocentos anos desde a sua fundação até Shakespeare; a França demorara também oitocentos anos desde a sua fundação até aos seus mais argutos pensadores; quanto aos Estados Unidos, eram um país jovem, obrigado a lavrar as suas terras, explorar as suas minas e esmagar os corpos da sua gente para sobreviver. O mundo das ideias, tal como o vinho, demora para ser destilado.

«Porém, o maior professor da História havia derrubado o grande paradigma de Will Durant, derrubando também os muros da síndrome predador-vítima. Ele inspirava a sede de conhecimento na terra da fome, nutria a paixão pelas ideias diante das intempéries da existência. Nos tempos atuais, o último lugar onde a maior parte dos alunos gosta de estar é dentro da sala de aula. Mas o Mestre dos mestres era tão apaixonante que os seus alunos é que o procuravam, não o contrário.»

(In “O HOMEM MAIS FELIZ DA HISTÓRIA”, de Augusto Cury, Pergaminho, pág. 116)