domingo, janeiro 13, 2019

O TRIUNFO DA CRENÇA…

«No progresso constante da inteligência artificial, os computadores nunca adquirirão uma das principais características da inteligência humana: a crença. A realidade de um computador baseia-se inteiramente em factos que podem ser transformados na linguagem digital de uns e zeros. Se o calculismo frio representa uma forma melhor de pensar do que a nossa mistura confusa de razão e emoção, até essa é uma presunção em que os defensores da IA (inteligência artificial) acreditam, mas os céticos, não. A crença torna-nos mais humanos – nenhuma outra criatura exibe esta qualidade da mente -, mas o seu funcionamento continua a ser um mistério.
«Qual das seguintes expressões é mais verdadeira? “Acredito quando vir” ou “Quando vires, vais acreditar”? Nenhuma, visto que apesar de serem contraditórias, ambas as afirmações são, no máximo, meias-verdades. Todos os médicos que exercem a sua profissão já assistiram ao fenómeno de pacientes que morrem devido ao diagnóstico. Isto refere-se ao facto de que receber más notícias pode ser tão traumático, que um paciente pode piorar rapidamente, mesmo que a doença subjacente seja tratável ou, no mínimo, lhe permita sobreviver durante meses e anos. Nestes casos, ver não é acreditar. Podemos mostrar a duas pessoas com cancro do pulmão radiografias que são essencialmente idênticas e, no entanto, não é possível prever a sua sobrevivência, nem um oncologista poderia esperar que fosse a mesma para ambas.
«Há uma velha anedota das faculdades de medicina, acerca de uma mulher que vai ao médico para o seu “check-up” anual e diz-lhe que está com medo de ter cancro. O médico submete-a a uma bateria de testes e informa-a de que tem boas notícias. Ela está completamente saudável, sem quaisquer sinais de cancro. Ela volta no ano seguinte e diz novamente ao médico que acha que tem cancro e, mais uma vez, os exames não mostram qualquer sinal maligno. Esta situação arrasta-se durante décadas. Finalmente chega a altura, quando a mulher tem 75 anos, que o médico diz: “Lamento dizer-lhe isto, mas tem cancro”.
«”Eu bem lhe disse!”, exclama a mulher, num tom triunfante.»
(In “O PODER DA CURA”, de Deepak Chopra e Rudolph E. Tanzi, Editora Self, págs. 152 e 153)

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