sexta-feira, agosto 17, 2018

DO LIVRO “PENSA, É GRÁTIS”, de Joaquín Lorente:

- «A genialidade rompe com o estabelecido. Se só apostar no conhecido, nunca a alcançará» -
«A genialidade é um triplo salto mortal no vazio, e sem a rede dos neurónios, que rompe de forma insólita com o estabelecido e consegue uma aceitação em massa.
«Quando é alcançada, a genialidade costuma dar um garantido reconhecimento social e um provável reconhecimento económico. Quando o triplo mortal acaba em desgraça adquire a denominação de «extravagância, estupidez ou loucura» e o seu protagonista costuma ver-se envolto numa aura de desclassificações do mesmo género.
«Historicamente, a genialidade tem correspondido a individualidades que, em certas ocasiões, e pela sua particular capacidade de convencer os outros, se transformaram em líderes de tendências e movimentos. Os grandes génios benignos da humanidade – porque, infelizmente, também os houve malignos – foram seres humanos com nomes concretos que se converteram nos grandes impulsionadores do pensamento, da ciência, das artes e de muitos progressos materiais. Todos tiveram – e continuam a ter – alguma coisa em comum. No seu cérebro, perante uma possibilidade ou via desconhecida, recusaram o «não é possível» e abraçaram o «e se fosse possível…?»
«Perante o insólito, cada vez que um ser humano, em vez de recusar algo por ser desconhecido, apura e explora todas as perguntas e transforma o inconformismo em energia para forçar e transgredir as barreiras do que é formalmente aceite, não há dúvida de que um génio em potência está a construir a sua hipótese pessoal, a antecâmara obscura do possível.
«Hoje, num mundo globalizado sobretudo pela rentabilidade financeira e suas consequências colaterais, as empresas procuram estabelecer sistemas e métodos para obter lucros da genialidade por encomenda, muitas vezes através de equipas. O “brainstorming” já existe há vários anos e, hoje, multiplicam-se as equipas de sábios e “think tanks” dotados de um protocolo de atitudes e normas para que, quando se faz luz, esta possa brilhar.
«É pena, contudo – vi acontecer isto em muitas ocasiões -, que estas iniciativas respondam muitas vezes a uma súbita «cãibra» cerebral da cúpula da empresa ou organização que, sentindo-se tranquila, converte todo o trabalho num imenso rol de relatórios para o interminável arquivo de boas intenções e numa refinada compilação de notas de honorários.
«A genialidade, para alcançar a luz, precisa de convicção, tenacidade, muito esforço e enorme envolvimento. A genialidade é muitas vezes o auge de uma etapa de vida, não uma faísca com taxímetro incorporado.
«Existirá sempre genialidade individual, porque é intrínseca a determinados seres humanos. A genialidade colectiva é um assunto bem mais delicado: foi sempre muito difícil muitas galinhas chocarem um ovo magnífico.»
(In “PENSA, É GRÁTIS”, de Joaquín Lorente, Grupo Planeta, págs. 55 a 57)


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