domingo, novembro 18, 2018

CONSEQUÊNCIAS DE NÃO SE PRATICAR A VERDADE…

«Uma das principais contribuições do trabalho de Aleksandr Soljenítsin no livro “O Arquipélago Gulag” foi a sua análise da relação direta entre a patologia dos campos de trabalho soviéticos, dirigidos pelo Estado (onde milhões sofreram e morreram), e a tendência quase universal, do cidadão soviético, para falsificar a sua própria experiência pessoal quotidiana, para negar o sofrimento induzido pelo Estado e, assim, apoiar os ditames do sistema comunista racional. Foi essa má-fé, essa negação, que, na opinião de Soljenítsin, ajudou e incitou os crimes do grande monstro paranóico, o assassino de massas, Estaline. Soljenítsin escreveu a verdade, a sua verdade, aprendida duramente através da sua própria experiência nos campos de trabalho, expondo assim as mentiras do Estado soviético. Nenhuma pessoa informada ousou defender essa ideologia depois de Soljenítsin ter publicado “O Arquipélago Gulag”. Ninguém jamais poderia dizer outra vez: «O que Estaline fez não era o verdadeiro comunismo».
«Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente de um campo de concentração nazi, que escreveu “Um homem em busca de sentido”, chegou a uma conclusão psicológica semelhante: “uma existência individual inautêntica é o precursor do totalitarismo social”. Sigmund Freud, por sua vez, também acreditava que a «repressão» contribui de maneira significativa para o desenvolvimento das doenças mentais (e a diferença entre «repressão da verdade» e «mentira» é apenas uma questão de grau, não de natureza). Alfred Adler sabia que eram as mentiras que geravam as doenças. Carl Jung sabia que os problemas morais atormentavam os seus pacientes, e que tais problemas eram causados pela inverdade. Todos esses pensadores preocupados com as patologias, tanto individuais como culturais, chegaram à mesma conclusão: as mentiras distorcem a estrutura do Ser. A inverdade corrompe a alma e o Estado, e uma forma de corrupção alimenta a outra.»
(In “12 REGRAS PARA A VIDA”, de Jordan B. Peterson, Lua de Papel, pág. 277)
- JORDAN B. PETERSON - Jordan Bernt Peterson (Fairview, Alberta, Canadá, 12 de junho de 1962) é um psicólogo clínico canadense e professor de psicologia da Universidade de Toronto. Suas principais áreas de estudo são a psicologia da anormalidade, social e pessoal, com particular interesse na crença ideológica e na psicologia da religião. Ele é autor de Maps of Meaning: The Architecture of Belief, de 1999, e de "12 Regras Para a Vida: Um antídoto para o caos", best-seller lançado em 2018 pela Editora Alta Books. (Wikipédia) -

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